sábado, 11 de julho de 2015

PAUL McCARTNEY EM OSLO


Antes de mais, justiça seja feita: foram os excelentes relatos aqui publicados do Luís Pinheiro de Almeida e da Cristina Pacheco, que foram a um dos concertos de Londres, que acabaram por me fazer decidir ir a correr comprar bilhete para ir ver o Paul a Oslo.

Em boa hora o fiz: 3 horas de concerto (mais uma de soundcheck, a que também tive o privilégio de assistir) que parecem durar não mais do que 5 segundos, 38 músicas (contando «Golden Slumbers» / «Carry That Weight» / «The End» apenas como uma), 15.700 pessoas em ambiente de festa e um McCartney em excelente forma fizeram com que valesse bem a pena tamanha extravagância!

No público, havia gente de todas as idades e de todos os lugares. Além dos japoneses, dos norte-americanos e dos russos, falei com um fã que tinha vindo da Turquia e um outro que veio da Argentina!

Ao meu lado, no concerto, estava um ucraniano, que, durante o «Back In The USSR», sempre que o Paul cantava «Well the Ukraine girls really knock me out...», dava pulos com a bandeira da Ucrânia.

McCartney, apercebendo-se de que havia muita gente de outros países, perguntou, durante o concerto: «How many people are here from Oslo?» e os visados manifestaram-se; de seguida, perguntou: «How many people from Norway, but not from Oslo?» e os restantes noruegueses fizeram-se notar; depois, pergunta ainda:

«And how many people not from Norway and not from Oslo, from somewhere else?» e
o ruído na sala foi equivalente aos anteriores, o que levou Paul a rematar dizendo:

«On behalf of the tourist board, we welcome you!».

McCartney sabe como ninguém conquistar o público, seja por estes momentos em que faz rir uma sala inteira, seja pela lista interminável de grandes temas que tem à sua disposição para (en)cantar!

Neste concerto, o repertório, cuja escolha deve ser uma verdadeira dor de cabeça para o beatle, passou em revista 50 anos certinhos de músicas. De 1964 (com «Can’t Buy Me Love», «And I Love Her» e «Eight Days A Week») até 2014 (com o lindíssimo «Hope For The Future»), assiste-se a uma
sequência electrizante e mágica de canções.

E houve espaço para dedicar «Birthday» a Ringo, ao pai de Paul e aos fãs presentes na sala que faziam anos naquele dia.

A título de curiosidade, o álbum mais representado na setlist é o Álbum Branco, com 5 temas, seguido dos álbuns Help!, Revolver, Band On The Run e New, todos com 3.

Eu adorei cada segundo, mas, se tivesse de destacar alguns temas, indicaria o «Lovely Rita» (excelente ao vivo), o «1985» (que potente é o raio da música!) e o «My Valentine» (muito melhor ao vivo do que em disco).

Muito mais poderia ser dito...

Resta-me sublinhar a excelente forma do beatle, a sua constante boa disposição e a impressionante entrega durante as 3 horas de concerto.

Tanta generosidade comove.

Por isso, é sempre muito reconfortante que, no final do concerto, as suas últimas palavras tenham sido «See you next time!».

Let it be, digo eu.

Texto e imagem de Paulo Tapadas, em Oslo

1 comentário:

Unknown disse...

Sinto-me feliz por ter incentivado o Paulo Tapadas a cometer esta “extravagância” e sinto como minhas as suas palavras! Que dádiva foram estes concertos! Thank you, Paul! E obrigada, Paulo, por partilhares esta “maravilhosa febre”, que é deveras uma “cura para todos os males”, pelo menos psicológicos, ou até mesmo alguns físicos!