segunda-feira, 4 de junho de 2012

RONDA DO SOLDADINHO


edição francesa de autor (1969)

Ronda do Soldadinho (José Mário Branco) - Mãos Ao Ar! (Jorge Glória/José Mário Branco)

Viola-solo de Claude Puyalte, viola-base e piano de José Mário Branco e contrabaixo de Bernard Guérin.

Arranjos de José Mário Branco, engenharia de som de M Dufoix.

Capa de João Segurado, fotografias de Michel Morange.

Há uma outra edição deste single, o segundo da carreira de José Mário Branco, mas com capa branca.

O primeiro disco foi "Seis Cantigas De Amigo", publicado em 1967.

Jorge Glória era um exilado português, vizinho de José Mário Branco em Paris.

5 comentários:

bissaide disse...

Ainda a dúvida das datas... Agora não tenho aqui a biografia que a Mundo da Canção editou, mas salvo erro é aí que Octávio Fonseca e Silva diz que as datas de edição dos primeiro dois discos de JMB não são 1967 e 1969, como normalmente era indicado, mas sim 1969 e 1970. Estará ele errado? Luís, não consegues saber a data exacta em que recebeste a "Ronda do Soldadinho"?

josé disse...

Esta Ronda do Soldadinho foi provavelmente a maior surpresa que tive logo no dia a seguir ao 25 de Abril de 74.

Quando a ouvi no rádio da época, em ambiente de festa colectiva, soou-me a verdadeira canção de protesto e a novidade resultante da ausência de censura.

Nunca notei muito essa ausência na imprensa escrita, depois do 25 de Abril. O que se passou a escrever tornou-se demasiado previsível e a parrésia ( liberdade de dizer tudo o que apetece) resultante dessa liberdade conquistada nunca foi muito longe a não ser em pasquins da extrema-esquerda.

Continuou a escrever-se nas entrelinhas, aliás como hoje. As pessoas continuaram sem saber muito bem o que era o mundo, mesmo pequeno, que as rodeava e o que a esquerda em geral passou a escrever obedecia a novos cânones.

Foi por isso e por outras coisas que depois do 25 de Abril continuou a haver censura, por exemplo no Diário de Notícias de Saramago ou na Antena Um, com o caso Ançã Regala. E outros.

Quem tomou conta disto foi a Maçonaria que sempre censurou os extremos, e ao longo dos anos os interesses comerciais impuseram-se e agora porventura ainda há menos liberdade do que antes de 25 de Abril para se escrever determinadas coisas, mesmo nas entrelinhas porque os patrões da imprensa não são tão estúpidos como eram os coronéis do antigo regime.

Enfim, tudo isto para dizer que a Ronda do Soldadinho constitui para mim o símbolo da Liberdade de expressão, porque foi a primeira canção livre que ouvi no rádio de então.

josé disse...

Apesar do panfleto anti-colonial a canção afigurava-se-me intensamente musical de um modo estranho. O que sempre senti, aliás na música de José Mário Branco: uma voz límpida e um timbre musical aperfeiçoado, o sentido da composição melódica simples e eficaz e a beleza estética das composições acabadas.

Uma maravilha, independentemente dos textos e da mensagem política.

adt disse...

Estes primeiros singles/Eps estão editados em CD? É que ainda há poucos dias tropecei numa notícia de 1995 em que dizia que ia haver uma reedição dos discos do JMB através da Edisom e que estava prevista uma edição com estes temas e mais alguns.

ié-ié disse...

pois... as datas... sim, a "ronda" é de 69. os artistas são os primeiros desmemorizados, mas vou fazer fé no JMB que diz 67 e 69.

não tenho ideia de ter visto estas canções em CD.

LT