terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"HARVEST": 40 ANOS!


REPRISE RECORDS - LP-S-68-1 - edição portuguesa (1972)

Lado 1

Out On The Weekend - Harvest - A Man Needs A Maid - Heart Of Gold - Are You Ready For The Country?

Lado 2

Old Man - There's A World - Alabama - The Needle And The Damage Done - Words (Between The Lines Of Age)

Um dos mais bonitos LPs do nosso tempo, "Harvest", de Neil Young, faz hoje anos 40 anos! (obrigado, José).

Porque assinaladas no disco, as minhas canções de eleição, à época, eram "Out On The Weekend", "Harvest", "Heart Of Gold" e "Alabama". É interessante recordar este registo de afectos sonoros.

James Taylor e Linda Ronstadt cantam em "Heart Of Gold" e "Old Man", David Crosby e Graham Nash em "Are You Ready For The Country", David Crosby e Stephen Stills em "Alabama" e Stephen Stills e Graham Nash em "Words".

A revista "Uncut" afirma - e com razão - que "Harvest" são 3 LPs num único álbum: country (gravado em Nashville), eléctrico (rancho Broken Arrow) e british (Barking Town Hall).

23 comentários:

josé disse...

Já agora, o meu LP é de origem alemã e tem a referência RP 44131 ( MS 2032).
Aqui diz que é a edição de 1972. Mas tenho dúvidas porque foi comprado lá pelo final dos anos oitenta, por altura da campanha Mid Price Records, da WEA. 1. 150 paus, na época.

Por outro lado a tua referência não vem assinalada no sítio.

josé disse...

REP em vez de RP. De Reprise.

josé disse...

Outra coisa que queria perguntar e esqueci há bocado:

Este disco em que mês terá saído em Portugal? A revista Mundo da Canção que o recenseia é de Abril de 1972 e a que traz as letras todas é do mês seguinte.

Portanto, demorou um mês e pico a chegar cá ou alguém o trouxe do estrangeiro para o crítico Lage escrever a recensão, no número com data de Abril.

josé disse...

E já agora mais uma observação. Neil Young disse recentemente o seguinte, sobre a qualidade actual da música gravada:

"I'm finding that I have a little bit of trouble with the quality of the sound of music today," Young said. "I don't like it. It just makes me angry. Not the quality of the music, but we're in the 21st century and we have the worst sound that we've ever had. It's worse than a 78 [rpm record]. Where are our geniuses? What happened?" Young argued that MP3s feature only 5 percent of the data from an original master file, which he sees as a major problem.
"If you're an artist and you created something and you knew the master was 100 percent great, but the consumer got 5 percent, "

Anónimo disse...

Para um mp3 apenas conter 5% de um master tem de ser uma amostragem de fraca qualidade.

Aliás os consumidores não compram masters.

Muito dificilmente serão perceptíveis diferenças entre um mp3 320 kbs, sem "joint stereo", e o cd correspondente que, por si só, também não permite atingir algum nirvana em termos de som.

O que o Neil reduz a um mero problema técnico eu alcanço tão só um problema de actual falta de qualidade intrínseca.

A música está entregue, às Adéles, Biebers, Careys, Rhiannas, "rappers", etc. etc. - you name it- com os seus ritmos monótonos ou repetitivos "ad nauseam".

Por muito bons que sejam os "masters", o que é bom não vende.

JR

filhote disse...

De acordo, JR.

Porém, a música está também entregue a nomes como Fleet Foxes, Black Keys, Arctic Monkeys, Jack White, My Morning Jacket, Bon Iver (acaba de ganhar um grammy), Alicia Keys, Sufjan Stevens, ou a resistentes como Paul Weller, Noel Gallagher, Beady Eye, Jayhawks, Neal Casal, Wilco, PJ Harvey, só para citar algumas das coisas de que gosto.

Isto para não falar de veteranos que por aí andam a produzir belíssimos discos.

Ou seja, embora seja evidente que a época dourada da música popular, do Brasil a Inglaterra, se situa no passado, não podemos esquecer que em qualquer momento existem excelentes músicos a produzir excelentes obras.

Resumindo, não devemos ser tão cáusticos na observação artística do presente. Seria injusto nivelar a música actual apenas pelos nomes citados por si, JR.

filhote disse...

José: já tive essa prensagem alemã (bastantes satisfatória). Actualmente, contento-me com uma prensagem original americana, à flor do cunho. Continuo a gostar muito da consistência do vinil americano.

Para mim, "Harvest" é um dos melhores discos de sempre - embora, de Neil Young, ainda goste mais de "After the Gold Rush".

E a minha "santíssima trindade" no que ao conteúdo do LP diz respeito, é formada por "Old Man", "Heart of Gold", e "The Needle and the Damage Done".

Anónimo disse...

Filhote

Claro que existem e existirão sempre músicos de grande qualidade como aqueles que cita e nisso só posso concordar.

A questão é comparar um top dos anos 60/70/80 com os tops actuais.

Hoje é difícil encontrar algo que, a exemplo de "Harvest", venha a ser celebrado daqui a 40 ou 50 anos . Acredito mais que algumas das referidas criaturas não cheguem sequer a essa idade seguindo o padrão Amy, Whitney e M. Jackson.

Cumprimentos
JR

josé disse...

Ando a gravar digitalmente ( com um Roland Quad ligado à aparelhagem analógica e religado a um computador via usb) os lp´s que me interessam ( quase todos) e que procuro sejam de primeira prensagem e cunho americano.

No outro dia cheguei ao cúmulo de arranjar o disco de Jorma Kaukonen, Quah!, um dos discos que mais gosto, desde sempre, em prensagem original, depois de ter a prensagem da Relic de 1988.

E fiquei elucidado: a prensagem original é ligeiramente melhor, numa primeira audição, mas superior em audição prolongada.

O fenómeno parece-se se este que se aplica ao critério que Neil Young usará para reduzir a 5% a qualidade do mp3 relativamente ao master:
Aparentemente todos os sons estão lá e são ouvidos. Quando se ouve o som original, seja master seja o vinil de qualidade, de uma primeira prensagem descobre-se que o essencial falta nesse formato.

Passe a comparação, será o mesmo que ver um prato cozinhado e apreciá-lo com ou sem condimentos invisíveis: sal, cheiro, paladar específico.

O LP tem tudo. O mp3 falta-lhe isso tudo. E no entanto parece que lá está tudo...

filhote disse...

Também tenho essa prensagem original do "Quah!" (1974), de Jorma Kaukonen a meias com Tom Hobson... grande disco!

Também gosto bastante do LP "Jorma" (1979), produzido pelo mesmo David Khane que foi timoneiro de dois dos mais recentes discos de Paul McCartney: "Driving Rain" e "Memory Almost Full".

josé disse...

O Jorma de 1979 acho que tenho em cd. VOu verificar porque não tenho a certeza e por outro lado lembro-me de ler uma referência crítica muito elogiosa, numa Rock & Folk da época. Quando ouvi o disco não fiquei tão convencido, mas vou ouvir outra vez.

Quah! é de facto um disco intemporal para mim. Há qualquer coisa naquela gravação que o torna assim. Talvez seja a guitarra acústica de Kaukonen com as melodias e letras sugestivas de algo etéreo e transcendente ( Genesis, Song for the north star, flying clouds) acompanhadas em orquestra que lhe conferem essa dimensão.

Para mim, reportam-me ao início dos anos oitenta que foi quando o ouvi pela primeira vez e gravei em cassete que ouvi dezenas de vezes.

Curiosamente, uma gravação do rádio e em condições que ainda hoje ouço e pouco fica a dever ao som dos lp´s. Aí está: ainda da era analógica.
Nessa altura, o som do rádio, mesmo em mono, reproduzia o essencial do som.

josé disse...

E percebo porque ouvi no início dos oitenta, no rádio: foi nessa altura reeditado com outra capa e tudo.

josé disse...

O original é da Grunt Records e a reedição de 1988 da Relix, de 1988 ou 1987 que tenho é muito parecida na capa. Uma ligeira diferença na cor esverdeada do desenho da mulher de Kaukonen que a ilustra e uma cor um pouco, mas só um pouco, mais viva no original, com melhor definição das letras impressas dos títulos do verso.

Por outro lado, tenho o cd que foi editado já depois de 2000 e que tem duas ou três canções bónus, uma delas muito interessante e da veia do disco. Não me lembro qual, agora.

Anónimo disse...

Seria curioso saber quanto o Neil estima de perda de um master para um cd audio vulgar de Lineu.

Será entre 5~50 % ?

E se uma gravação original fosse efectuada com recurso aos modernos gravadores digitais que permitem taxas de amostragem e frequências altíssimas cujo sample lossless mal caberia num blu-ray, qual seria então a perda para um cd ou mp3 ??

E a comparação de um sample desses com o som das bobines magnéticas, julgo, usadas na gravação de "Harvest" ?

O grande problema é que a produção e distribuição de fonogramas não acompanham os progressos técnicos do som ou altas velocidades da Net ou os tamanhos dos repositórios.

Além do mais, para ouvir os tops actuais, tais desideratos técnicos seriam subaproveitados como espeto de pau em casa de ferreiro.

JR

josé disse...

"E a comparação de um sample desses com o som das bobines magnéticas, julgo, usadas na gravação de "Harvest" ?"

Neil Young já disse há vários anos que a gravação digital em bluray consegue recolocar a fasquia perdida nos 100%. Pelo menos assim o entendi. E a gravação em bluray da colectânea Archives vol I, faz-lhe justiça, porque de facto o som é impressionante.
A taxa de amostragem do bluray, no caso, julgo que andará pelos 24/192kHz, ou seja, muito superior ao cd normal ( 16/44.1kHz).

Neil Young nos suportes gravados em 24/96 ou 24/292 ( dvd-audio) coloca um sticker a dizer "because sound matters".
E a sua guerra contra a perda de qualidade sonora nos suportes digitais é antiga.

O falecido Pedro Osório disse numa das últimas entrevistas que a diferença entre o som analógico e digital no sentido de este ser inferior era treta, ou coisa que o valha.

Não concordo, pelo menos no que se refere ao cd.

Quanto às gravações em bluray acredito que podem ser melhores que algunas gravações analógicas, mal prensadas nos suportes. E até em certas digitais ( por exemplo no caso do primeiro lp pop gravado digitalmente- Bop till you drop, de Ry Cooder, de 1979, cuja gravação deixa algo a desejar porque muito metálica).

josé disse...

E depois há outra coisa: quem tem leitores digitais DAW ( digital audio worksation), no computador pode fazer uma experiência: tentar equalizar o som em conformidade com as opções disponíveis- sala de concertos, rock, pop, jazz, vocal e flat. E ouvir a diferença entre as várias opões que é assinalável.

josé disse...

Há um modo de incrementar a qualidade sonora das vulgares placas de som dos computadores actuais.

Ligar um pequeno DAC ( conversor digital analógico) ao computador e tentar ouvir a diferença sonora de um ficheiro bem gravado em 24/96kHz.
O som que se obtém assim é revelador da diferença. E se se ouvir a mesma peça em mp3 ´( possível porque há conversores de ficheiros audio grátis na Rede) então é que se pode fazer a prova dos nove.

Para mim, há um pequeno DAC chamado Fiio 07 acoplado a um amplificador de auscultadores Fiio 09 que transforma o som de qualquer computador em alta fidelidade verdadeira, com ficheiros adequados.

Custo? 200 euros.

josé disse...

O FiiO e7 é este

O FiiO e9 é este

gps disse...

Só uma curiosidade.

O José é o JR ou são duas pessoas distintas :)

filhote disse...

Acho que são duas pessoas distintas...

E, José, o meu exemplar é da Grunt Records!

Anónimo disse...

Caro GPS

De seu a seu dono.

JR e José são duas pessoas diferentes e não heterónimos.

Se fossem heterónimos de uma mesma Pessoa, em matéria de alta fidelidade eu seria apenas uma espécie de Alberto Caeiro, já que as dicas de alta fidelidade, do DAC e de como passar o bom som analógico dos "good old days" para suportes digitais avançados é um must o José gentilmente partilha connosco.

JR

josé disse...

Pois, mas sou apenas um diletante e, nem de propósito, o FiiO e7 avariou-se-me ontem.

Estava prontinho a ligar a coisa para ouvir umas melodias e nem sinal de luz.

Damn it!

Karocha disse...

GPS
Anda não descobriu que é o JR???