quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ALEXIS KORNER


Conhecido como o “Pai da British Blues”, Alexis Korner foi parte integrante dos blues do início dos anos 60. A Alexis Korner ajudou a popularizá-los durante a primeira parte da década de 60, e atraiu entusiastas por todo o Pais e talentos como Mick Jagger, Keith Richards, Brian Jones e Steve Marriott, entre outros.

Alexis nunca teve sucesso comercial. Apreciado apenas por alguns dos seus colegas mais jovens, mas sua influência sobre o desenvolvimento do blues rock é inegável.

Alexis aprendeu a tocar piano e mais tarde guitarra, juntando-se a Chris Barber em 1949.

Durante esse tempo conheceu Cyril Davies, um guitarrista e fã de blues. Os dois começaram a apresentar-se como uma dupla, tendo gravado o primeiro disco em 1959 e em 1962 formam a Korner Blues Incorporated, que incluía alguns dos melhores músicos de Inglaterra na época e futuras estrelas como Jack Bruce e Charlie Watts.

Através da década de 60, Alexis trabalha com varias formações, mas logo viu o seu estilo “Old School” eclipsado pelos blues comercialmente mais bem sucedidos; a formula rock dos Rolling Stones e Yardbirds entre outros. Blues Inc. foi dissolvida em 1966.

Alexis Korner continuou a tocar e gravar durante a década de 70 e meados de 80, onde teve o seu melhor sucesso com um cover dos Led Zeppelin, “Whole Lotta Love”.

Alexis também se interessou pelo jornalismo de musica e de radiodifusão. Formou Rocket 88 com Jack Bruce e Charlie Watts.

Alexis Korner nasceu a 19 de Abril de 1928 em Paris e morreu a 1 de Janeiro de 1984 em Londres.

A Korner Blues Incorporated gravou cinco discos, assim: "R&B From The Marquee" (62), "Red Hot From Alex" (64), "At The Cavern" (64), "Blues Incorporated" (65) e "Sky High" (66).

O disco que aqui apresento é talvez o mais importante da Korner Blues Incorporated , no entanto Alexis Korner tem uma vasta gama de albuns editados.

Poderão ouvir neste o bem realizado e autêntico som da “blues harp”, bem como vocais bastantes convincentes e um “perfume “ a jazz.

Diz-se que Alexis foi o “pai” de todos os músicos de blues ingleses.

Neste disco: Alexis Korner, vocal, guitarras, Duffy Power vocal e harmónica, Danny Thompson baixo, Alan Skidmore, sax, Chris Pyne, trombone e Terry Cox, bateria.

Colaboração de Humberto Polido

27 comentários:

JC disse...

"R&B From The Marquee" (CD da DERAM) é o 1º e o meu favorito, com a curiosidade de integrar Long John Baldry como vocalista em algumas das faixas e Jack Bruce como "baixo" em "Early In The Morning". Curiosamente, a banda é conhecida como Alexis Korner's Blues Incorporated e não como Korner's... como é indicado no texto. Essencial para perceber a evolução do pop/rock britânico.

Unknown disse...

Jack bruce não entra no "R&B from the Marquee", o baixista e Spike Heatley em 11 faixas e a 7ª faixa Teddy Wadmore, e LJB canta nas faixas 2,11 e 12 e na 13 (bonus track)

Unknown disse...

Early in the morning também não faz parte do R&B from the Marquee. Entra no Álbum " bootleg In" na musica i'm a Hoochie coochie man com Charlie watts na Bateria possivelmente esta a fazer confusão.

Queirosiano disse...

Declaração de interesse: aprecio muito o Alexis Korner. Fui mesmo vê-lo numa altura em que a swinging London andava por ondas muito diferentes e o ignorava completamente.

Dito isto, parece-me que centrar a influência dele no desenvolvimento do blues rock é focar a árvore e esquecer a floresta.

Alexis Korner foi um grande divulgador, pedagogo e sobretudo catalisador de variadíssimas bandas (Stones, Cream, Graham Bond Organisation, Free...). Tinha a percepção do momento em que devia encorajar os músicos que apadrinhava a abrirem a asas e a fazer their own thing. Nisso foi inexcedível, a ponto de o Richard Branson ter dito que ele se devia deslocar em Londres montado num elefante, para as pessoas poderem venerá-lo e agradecer-lhe.

Já a carreira musical propriamente dita foi bastante errática, descontando alguns momentos simpáticos que só por si não chegam para lhe dar grande consistência. Sendo que se trata sempre de uma questão de gosto pessoal, penso que os momentos mais bem conseguidos (purismos à parte) foram Get Off My Cloud, de meados dos anos 70, com a colaboração de um autêntico who's who de antigos protegidos, e o BBC Radio Sessions, editado postumamente, que, alternando momentos brilhantes com outros francamente embaraçosos, ilustra bem a irregularidade que marcou a produção musical dele.

Unknown disse...

houve também pelos menos mais três músicos que tiveram influencia na explosão da British Blues, o que já mencionou Graham bond, Zoot Money's e claro John Mayall.
tambem estou de acordo com o que diz no ultimo paragrafo

Luis Mira disse...

Não sou um grande apreciador de Blues, mas fui obrigado a conhecê-lo um bocadinho melhor por força da sua ligação à Folk Music. Que atravessou o Atlântico e esteve directamente ligada ao surgimento do movimento de que hoje aqui se fala.

A série "Martin Scorsese Presents the Blues" integra um documentário que me pareceu interessante para compreender o surgimento destes "blues ingleses", como lhe chama o Humberto. Chama-se, se não estou em erro, "Red, Hot and Blues", e foi realizado por Mike Figgis. Foi tocante ver de novo Steve Winwood, Chris Farlowe, John Mayall, George Fame. E, imagine-se, Tom Jones a cantar - bem!- blues...

LSO disse...

Creio ser "Red, White & Blues".

Um abraço.

Luis Mira disse...

É isso, LSO. Obrigado pela correcção.

Já agora, se me apetecesse ser provocador e "puxar a brasa à minha sardinha" da Folk, eu diria que o verdadeiro impulsionador de todo este movimento foi .... Alan Lomax!

Unknown disse...

Alan lomax foi nomeado como arquivista da Biblioteca do Congresso e durante 5 anos fez centenas de gravações de campo para o arquivo da Americam Folk Song.
Grande parte da década de 40 em NY onde escreveu e dirigiu programas de rádio sobre musica popular e produzio albuns ,entre eles “Negro Sinful Songs “ por Leadbelly e “Ballads Dust Bowl” por Woody Guthrie.
Durante este período ajudou inúmeros músicos sediados em NY a promover a carreira a Folk, entre eles Leadbelly, Woody Guthrie, Pepe Seeger e muitos mais.
Boa memoria Luis.
Luis, há uma colectânea, ou melhor uma antologia sobre a musica folk americana, composta por 6 cd’s , por acaso terá conhecimento?

Unknown disse...

palavras de Mick Figgis:

"Eu estou interessado no porquê de haver tanta excitação sobre música negra entre os europeus. Para esse fim, juntei um grupo(os que indica L.Mira e muitos mais) músicos, aumentando a programação com alguns jovens talentos também. Esperemos que o resultando sessão de gravação de alguns clássicos do blues, e as discussões que se seguem, possam brilhar alguma luz sobre o porquê de um momento especial, o blues foi reinterpretada no estrangeiro e reintroduzido em um novo formulário que foi universalmente adoptado. "

gin-tonic disse...

A pouco e pouco este blogue começa a percorrer os caminhos das "outras músicas"
Espera que o entusiasmo não arrefeça e fogo à peça!!!!

JC disse...

Humberto:no meu CD "R&B From the Marquee" (Deram 820 986-2) "Early In The Morning" é a faixa 13 (tenho-o aqui ao lado). No texto do livro indica "Jack Bruce on string bass", nesta faixa. Mas já vi teremos edições diferentes, já que se posso confirmar LJB canta nas faixas 2, 11 e 12, a 13 é o referido "Early In The Morning".
Já agora: quem não conhecer Alexis Korner dificilmente entende a divisão que se estabelece na pop/rock entre o Merseysound e os grupos que nascem do R&B londrino (mas tb os Animals do nordeste) (Stones, Yardbirds, etc)

Karocha disse...

Eu gosto de blues e de aprender.
Gostei da posta Humberto !

Luis Mira disse...

Sobre o Alan Lomax, e no que aqui nos interessa, a questão não é saber o que ele fez nos EUA, mas o que ele fez na GB quando aí se refugiou na primeira metade dos anos 50, com receio de vir a cair nas teias do "McCartismo". E é seguro que cairia, se não se tivesse pisgado...!

Quando a colectâneas Folk, Humberto, tenho-as em grande quantidade. Em vinil e em CD. Pelo número de CD's indicado, tanto se pode estar a referir à colectânea "Pop Folk" editada pelo Readers Digest, como à da Broadside, como à que a Elektra editou em parceria com a Folkways, como ainda à "Songs for Political Action" dedicada à Folk "engagée" do final dos anos 30, inícios de 40.

Como vê, dá para tudo... Ajudá-lo-ei com prazer, se souber e puder, mas terá de ser um pouco mais preciso...

Unknown disse...

LC, estou também de acordo com essa opinião, possivelmente há bónus tracks diferentes, no entanto consulte o site de Alexis Korner, tem a discografia toda e os músicos que colaboram nas gravações.
Também digo que não vale apena estar a discutir este pormenor, visto que Alexis tocou com todos os músicos importante entre eles Jack Bruce, o importante é que ele foi o "Pai" de todos. Merseysound = Beatles, Fredie & Dreams, Shearchers, Gerry & pacemakers etc. etc. e todos os grupos á volta do rio Mersey. ( Liverpool) Apenas estes dão para ter uma ideia de como o som e tipo de musica era diferente.
Já que estou a falar de “Sons” mais tarde, mais tarde, Countbury sound = Caravan (só me estou a lembrar deste neste momento).

ié-ié disse...

Por acaso, que eu saiba, não há "blues" na série "red hot". há para todos os gostos (incluindo Portugal) menos "blues"...

LT

Unknown disse...

Luis Mira,
É assim: “ Anthology of American Folk Music “ de Harry Smith e é da Smithsonian Folkways Recordings.
As gravações são da época (78 rpm), com um som inaudível , más é assim que deve ser para preservar a autenticidade.

Unknown disse...

Karocha
Se gosta de blues (coisa que hoje muita gente incluindo os mais jovens não gostam (dizem que gostam, mas não gostam) é uma musica diferente e não passa na rádio nem em lado nenhum (os americanos não se esqueceram “deles”), assim aconselho-lhe vivamente que oiça Don Covay , em “house of Blue Lights” é uma gravação de 1969. Se não conhecer e tiver interesse eu mando-lhe.

Karocha disse...

Oki Humberto, fico à espera!

Luis Mira disse...

É a célebre Antologia que Harry Smith publicou em 1952, dedicada à música dos anos 20 e 30. De facto a edição em CD publicada pelo Smithsonian também tem 6 CD's, embora sejam 3 duplos, um para cada secção em que se subdivide a antologia (capas verde, vermelha e azul, tal como no original...).

Mais tarde Harry Smith publicou um 4º volume que também se consegue encontrar em CD, embora seja mais raro.

Há uns anos atrás, por ocasião dos 50 anos da Antologia, foram realizados concertos de homenagem em Londres, Los Angeles e New York com gente célebre, que deram também origem a uma edição em vários CD's e DVD's (The Harry Smith's Anthology Rivisited). Essa edição é altamente recomendável porque tem um documentario sobre a vida e a obra do Harry Smith e, também, filmes de animação experimentais realizados pelo próprio HS.

A importância que esta Antologia (a original...) teve no desenvolvimento da Folk Music foi enorme, mas isso dava pano para mangas...!

Resta dizer que, antes da grande comemoração dos 50 anos, já a Folkways/Smithsonian tinha também editado um CD de homenagem com intérpretes contemporâneos, que se pode encomendar com facilidade.

Unknown disse...

Luis, eu tenho a colecção que indico, mas é "intragável" pelo menos para mim que sou apaixonado pela alta-fidelidade, é muito confuso ouvir estes discos.
Já agora, estou cansado de "correr"
atraz de si
Força, assim e que é!

Luis Mira disse...

Humberto,

Eu não quero cansá-lo nem sou muito adepto do "catch me if you can"...

Quando está uma "conversa" em curso, esforço-me por a acompanhar se tiver tempo, mas quase sempre leio as coisas a correr e respondo também a correr.

Pareceu-me que vocé me tinha pedido uma informação no último parágrafo do seu comentário das 11.19, e esforcei-me por a dar. That's all...

Quando ao resto, é claro que essa música não é "música de sofá" nem de "auto-rádio". Mas se nos interessarmos pelas raízes da música de que gostamos, temos de conhecer essas intrepretações, mesmo que não morramos de amor por elas. É o chamado "interesse histórico". Mas é claro que não se pode ouvir Uncle Dave Macon com os mesmos ouvidos com que se ouve Alexis Korner.

Um abraço.

LSO disse...

Luís Mira,

Despertou-me a curiosidade pela Antologia que Harry Smith publicou em 1952. Fui à Amazon mas os preços são proibitivos!

Um abraço.

Luia Mira disse...

LSO

É uma chatice, mas é verdade. Mesmo na Amazonn há coisas que atingem preços proibitivos!

Quando se faz grandes consumos, como é o meu caso, torna-se impossível. É por isso que, quando não tenho uma estimação enorme pelo "objecto" a comprar, já comecei a mandar vir coisas em "segunda-mão"...

Quanto a esta Antologia, o meu exemplar está à sua disposição.

Um abraço.

LSO disse...

Luís Mira,

Obrigado, vou aceitar! Podemos combinar aquando do lançamento do livro - espero conseguir estar presente.

Um abraço.

Luis Mira disse...

Combinado!

Mas se houver um processo mais rápido de o fazer chegar, conte comigo.

Eu moro no Bairro da Bica e ao Sábado de manhã costumo andar a passear pelas livrarias e discotecas de usados da Baixa. Se lhe der jeito algum desses dias, deixo-lhe o meu telemovel: 968336981.

Bom fim de semana!

LSO disse...

Obrigado!

Bom fim de semana.

Um abraço.