domingo, 25 de outubro de 2009

SEDONA, ARIZONA 01


Na anterior “crónica” disse-vos que Sedona era terra de “westerns”, mas levei o tempo todo a falar-vos de um só…

O primeiro que por lá foi feito, em 1923, chamou-se “Call of the Canyon”. Muito embora não pareça nada, consta que “Dodge City” (Michael Curtiz – 1939), com o Errol Flyn, também lá foi rodado.

Mas a grande viragem veio em 1947, quando um tal James Edward Grant lá realizou “The Angel and the Badman”, com o John Wayne, que não deve ter feito o papel do anjo… A edilidade local deve ter-se apercebido do potencial da região para o Cinema e, a partir daí, para o turismo, e mandou construir novas infra-estruturas, tais como uma “western town” inteirinha e estúdios para cenas de interiores. A procura aumentou, mas Sedona nunca era referida nos filmes pelo seu próprio nome…. As histórias passava-se sempre no Wyoming, Montana, Novo México, Califórnia, mas nunca na própria Sedona…

Tudo mudou em 1965, quando Burt Kennedy lá foi rodar “The Rounders”, um “western moderno” com Glenn Ford e Henry Fonda. Não só toda a história se passava em Sedona, como houve muitas cenas filmadas nas próprias ruas da cidade, incluindo a grande parada final. 250 pessoas da terra terão sido contratadas como extras, pelo que quase toda a gente deve ter um familiar ou um amigo que participou no filme. A importância desse filme para a cidade ainda hoje se faz notar, porque é frequente vermos nas lojas letreiros e fotografias que nos alertam para o facto de terem aparecido no filme e ainda se manterem, passados tantos anos, “as seen in Rounders”!

É incrível o que um obscuro filmezinho pode fazer pela divulgação de uma cidade, mas o certo é que o “boom” turístico de Sedona começou precisamente aí. Hoje a região conta com os melhores ”resorts” e os melhores “Spa’s” de todo o Arizona e uma importante publicação turística considerou-a, recentemente, “the most beautiful place in América”.

É, de facto, um lugar muito bonito, arranjado com muito bom gosto e sem um único edifício a destoar. No meio de grandes arvoredos, belas montanhas de um cor-de-rosa vivo rodeiam a cidade, cujas construções são feitas de madeira e das mesmas pedras cor-de-rosa, o que dá um aspecto harmonioso ao conjunto. Os passeios e os canteiros com flores, que existem por todo o lado, respeitam essa mesma tonalidade. Várias estátuas de bronze povoam os passeios, o que lhes dá um toque de originalidade e acentuam a “friendly ambiance” da cidade: uma menina a comer um gelado, um cavalo, um par de dançarinos, um “cowboy” pintor, …

Quanto às lojas, o costume dentro do bom gosto: joalharias, galerias de arte, livrarias, lojas de roupa, bares e restaurantes. Sempre muito bem decoradas e com um toque de graça, como um velho “sherif” a saudar-nos a uma porta… Neste restaurante que se vê na fotografia jantei eu um excelente T-Bone Steak e as “margueritas” eram tão grandes que a Cristina perguntou se eram de dose dupla. “No! Regular one!”, respondeu-lhe, admirada, a empregada… E havia charutos à venda, à peça, de todas as marcas e tamanhos.

Ah, já me esquecia… Lá acabei por encontrar a tal igrejinha… Chama-se “Chapel of Holy Cross” e é, de facto, muito original.

Não me levem a mal este raro devaneio turístico mas, como diria o outro, “I left my heart in Sedona”!

Texto de Luís Mira

2 comentários:

filhote disse...

Estava ansioso pela sequela de Sedona, e não me decepcionei.

E, pelas fotos, dá para perceber como o local é bonito.

Luis Mira disse...

Obrigado Filhote!
Um abraço!