segunda-feira, 27 de julho de 2009

VICTOR GOMES DOS GATOS NEGROS


Cortesia de Litó, dos Fanatic's

60 comentários:

DANIEL BACELAR disse...

Ah!!Ganda Victor
Fotografia bem gira,e com uma "EKO",tão popular naquela altura.
Era representada para Portugal pelo nosso saudoso AMIGO Antonio Gouveia Machado (o paizinho de todos nós,rapaziada do Rock,pois nunca esquecerei aquele sorriso e a amizade que tinha por todos nós.
O dinheiro não abundava e ele vendia ao material a prestações suaves a perder de vista)
Ainda conservo a minha EKO (viola de caixa com 12 cordas,que está fechada na caixa,a qual não abro vai para mais de trinta anos)
Ainda há pouco tempo estive com o Victor e foi tão agradável recordar velhos tempos....!!!!

Muleta disse...

o verdadeiro artista....

JC disse...

Esclarece-me, por favor, Daniel:
1. A Fender (Stratocaster) vendia-se em Portugal? Se sim, o seu preço era mtº superior ao da Eko? Era alguma destas a razão da popularidade da Eko?
2. Penso, quando se houve o rock português da altura, uma parte da diferença de som para c/ o rock britânico e americano é fruto da ausência da Stratocaster. Estou ceto ou errado?
Se me puderes esclarecer, agradeço.
Cumprimentos

JC disse...

Escrevi "houve" (de "haver") e queria escrever "ouve" (de "ouvir"). A correção aqui fica antes que o LT dê por isso e me chateie a cabeça...

ié-ié disse...

'Tás perdoado! Só vi agora... Escapaste por um triz...

LT

Jack Kerouac disse...

Pior que isso, grande parte dos grupos ingleses contemporâneos dos Beatles, não usavam sequer fender, essa era uma imagem colada aos Shadows. Normalmente usavam Rickenbacker ou Grestch ou Gibson, e em alguns casos Guitarras Vox, como o baixo dos Rolling Stones. A Fender só voltou a estar mais na berra após Jimmy Hendrix, tinha tido o seu apogeu com Buddy Holly nos States, e com Hank Marvin no UK, que entretanto mudou para a Burns. As Ekos, de origem italiana, eram incomparavelmente mais baratas do que as Fender, e mais fáceis de encontrar, mesmo em Inglaterra.

JC disse...

Thank u, JK. Tens razão (já agora acrescenta Dick Dale aos fiéis da Fender), mas estava a falar do período pré-British Invasion, com a enorme influência dos Shadows,onde se integram os pioneiros do rock português como o Vítor Gomes.

Jack Kerouac disse...

Pois, mas aí de facto o Daniel poderá confirmar que as Fender não só eram caras, como era dfícil de arranjar. Na época ainda não existiam as fábricas Mexicana e Japonesa, eram 100% made in USA, o próprio Hank Marvin encomendou a Strat dele por catálogo, aliás, foi o Cliff Richard que a comprou, pois a guitarra era propriedade dele.

filhote disse...

Alguns reparos importantes:

1. Sim, JC, as guitarras Fender eram vendidas na Casa Gouveia Machado. Foi lá que o meu pai comprou a Telecaster (modelo 1963) que conservo e uso. E, sim, eram bem mais caras que as Eko.

2. "A Fender só voltou a estar mais na berra após Jimi Hendrix"?
Caro Kerouac, depois de Buddy Holly, Ventures, James Burton, Dick Dale, etc, a Fender nunca mais deixou de estar na berra!
Por exemplo, na Country, era a guitarra principal - mais a Telecaster.

E Muddy Waters, sempre com a sua Telecaster vermelha? E Jeff Beck, Eric Clapton (Yardbirds), Jimmy Page, Keith Richards (sim, logo no início), e tantos, tantos outros???

E os Beach Boys, senhores?????

E os Kinks??????? Ray Davies, até a guitarra acústica da Fender usava...

E Bob Dylan? Esse sim, o grande promotor da Stratocaster na era moderna! Ele, e "seus" guitarristas Mike Bloomfield e Robbie Robertson...

A lista é interminável e só estou a escrever de cor... tudo isto, Kerouac, antes do Hendrix!!!!

filhote disse...

E, JC, a diferença entre o som dos discos portugueses e os "lá de fora" (EUA e Inglaterra, principalmente) devia-se aos seguintes factores:

(a ordem é aleatória)

1. Instrumentos musicais e restante equipamento.

2. Estúdios de gravação.

3. Produtores e engenheiros de som.

4. Talento.

filhote disse...

Ora aqui está!

Depois de várias consultas, o destaque, quanto aos grandes impulsionadores da marca Fender nos anos 60, vai para:

1. Surf Music, com Beach Boys, Dick Dale, Ventures e Surfaris à cabeça.

2. A santíssima trindade de guitarristas da "British Invasion" - Beck, Page, Clapton -, na fase Yardbirds. Atenção à capa do lendário LP "Having a Rave Up with the Yardbirds" (1966), onde Jeff Beck aparece com a sua Telecaster.

3. Bob Dylan. Sendo referida a foto da contracapa do LP "Highway 61 Revisited" (1965) como momento seminal na História da Fender - Dylan aparece com a Stratocaster. Aliás, o som marcadamente Fender dos discos Rock de Dylan é bastante sublinhado.

4. Keith Richards e George Harrison. O primeiro, usando em estúdio e no palco várias Telecasters. O segundo, preferindo, em estúdio, a Stratocaster. Nunca podemos esquecer a lendária Strato psicadélica do George...

5. Ray Davies, sendo que aparece quase sempre uma Fender nas capas (EPs, singles, etc) dos Kinks!

6. Depois, e só depois, o Hendrix, claro...

filhote disse...

Terminando, quem quiser entender melhor o som Fender nos anos 60, é ouvir "Like a Rolling Stone" (1965) do Dylan.

(e todos os discos de Beach Boys e Kinks!)

JC disse...

Obrigado, Filhote. Esqueci-me de acrescentar o Link Wray à lista.
Já agora, o Ramires ontem já conseguiu dar um ar da sua graça. Vamos a ver...

DANIEL BACELAR disse...

Olá JC
Desculpa só agora responder,mas também só agora cheguei a casa.
Pelos vistos tanto o Pedro como o Paulo,já responderam ás tuas perguntas (pelos vistos são experts na matéria)
De qualquer maneira a Fender era uma guitarra carissima,importada da América também pela Casa Gouveia Machado bem como a BURNS e claro a Eko (seria como que a Fender dos pobres)
A Burns foi sol de pouca dura,pois ao principio foi adoptada pelos Shadows o que lhe deu um certo empurrão,mas como não há amôr como o primeiro,cêdo os Shadows voltaram para a Fender e ainda bem.
Na América todos os grandes guitarristas tocavam com Fenders ou Gibson (com um som muito caracteristico).
Não se podem esquecer os brilhantes solos de James Burton com Fender e Les Paul com Gibson.
Por cá realmente o dinheiro era curto,e ficava-se pela Eko e já não era nada mau,mas claro tinha as suas limitações.
Claro que havia excepções,mas isso dependia se os nossos guitarristas tinham uns paizinhos mais endinheirados.
Eram tempos muito dificeis,mas como a dificuldade aguça o engenho,havia músicos estupendos,pois como a grande escola eram Shadows,Ventures,Burton,Paul,não havia duas hipoteses e o pessoal tinha mesmo de saber tocar.
Na realidade a primeira Fender de Hank Marvin foi-lhe oferecida pelo Cliff,pois nos primeiros discos ainda não tinham aquele som caracteristico que os imortalizou.
Inclusivé,nunca imaginei que o próprio Cliff Richard fôsse um eximio guitarrista,pois só há pouco tempo me vei para á mão,uma gravação video de um chá muito british que têve lugar na Penha Longa oferecido pela Embaixada Britãnica,ondeo nosso Cliff deu um autêntico festival com a sua guitarra.acompanhando-se magistralmente e solando por vezes,que deixou os presentes inclusivé o Julio Izidro de bôca aberta .
Talentos ocultos dos grandes artistas que muita gente desconhece mas que demonstra que aquela época foi uma época de ouro.

Jack Kerouac disse...

O filhote está certo em muitas coisas, mas fez-me ir pesquisar a net, o que me dá um certo gozo porque gosto desta matéria, e curiosamente dei com isto :

"...As Statocasters foram primeiramente popularizadas por Buddy Holly e pela banda britânica The Shadows, mas elas eram quase impossíveis de serem obtidas no Reino Unido até a metade da década de 60, devido às restrições de importação do pós-guerra. O surgimento de Hendrix coincidiu com o fim dessas restrições, e ele, de forma indiscutível, fez mais do que qualquer outro músico para tornar a Stratocaster a guitarra elétrica mais vendida na história. Anteriormente à sua chegada ao Reino Unido, a maioria dos músicos mais conhecidos utilizava guitarras Gibson e Rickenbacker, mas depois de Hendrix, quase todos os principais guitarristas, incluindo Jeff Beck e Eric Clapton, trocaram para as Fender Strats. Hendrix comprou várias Strats durante sua vida; ele deu várias de presente (incluindo uma dada ao guitarrista do ZZ Top Billy Gibbons), mas muitas outras foram roubadas e ele mesmo destruiu diversas delas em seus famosos rituais de queima da guitarra ao final dos shows..."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jimi_Hendrix

Jack Kerouac disse...

Ah, e George Harrison usou de facto a strat nas gravações de algumas músicas do Rubber Soul, Nowhere Man por exemplo, mas não antes. E usou-a algumas vezes depois, como no Magical Mistery Tour onde ficou de facto famosa a sua Strat decorada com motivos psicodélicos.

JC disse...

Obrigado a todos.

filhote disse...

Como podem constatar, a Wikipédia nem sempre é fonte de informação fiável. Isto, por que distorce um pouco a realidade dos factos...

Falo a sério. É verdade que o Clapton e o Beck tenham adoptado a Stratocaster depois do Hendrix, porém, é MENTIRA que o Clapton e o Beck tenham adoptado a FENDER depois do Hendrix. Perceberam a diferença?

É que, repito, Clapton, Beck, Page - e também Albert Lee -, usavam nos Yardbirds quase exclusivamente a Fender Telecaster.

Outra grave contradição desse texto da Wikipédia, tem a ver com as referidas restrições de importação de instrumentos dos EUA para Inglaterra. As restrições existiam, é verdade, todavia, onde eram fabricadas as guitarras Gibson, Gretch, ou Rickenbacker?????

Perceberam onde quero chegar?

filhote disse...

De qualquer maneira, como escreveu o amigo Kerouac, não deixa de ser verdade que as guitarras Rickenbacker, Gretsch, Vox, Gibson, Epiphone Casino(Gibson), estavam na moda no universo POP dessa época. Em Inglaterra e nos Estados Unidos. Culpa de quem? Dos Beatles, claro...

O que não quer dizer que as Fender estivessem "desaparecidas em combate"... longe disso!!!

Caro JC, o Ramires já deu "um ar da sua graça", mas ainda não mostrou um décimo do que sabe fazer - e que eu já o vi fazer. Esperem para ver...

filhote disse...

Ah, Kerouac!

Num aspecto, esse texto da Wikipédia está certíssimo (e tu também): ninguém mais do que o Hendrix fez com que a Fender Stratocaster fosse a guitarra mais vendida da História.

É que meio-mundo pensou que bastava ter uma Stratocaster para tocar como o Hendrix!!!!

Enfim, o debate alargou-se para as guitarras Fender em geral, não se restringindo à Strato...eheheheh...

Abraço!

Queirosiano disse...

Quase me apeteceria dizer que as guitarras são como as cerejas...

Nos primeiros tempos do rock inglês (segunda metade dos anos 50), o acesso às guitarras americanas em Inglaterra era uma raridade. As importações dos EUA eram praticamente impossíveis porque a Inglaterra estava ainda a pagar-lhes os empréstimos de guerra.
Por isso, os músicos ingleses começaram com guitarras fabricadas no Continente, em alguns casos por encomenda (e com marca de) retalhistas britânicos: foi a época das Hofner, Hagstrom ou Egmond. A primeira guitarra "famosa" do George Harrison foi uma Futurama, fabricada na Checoslováquia numa fábrica de móveis, por encomenda da Rosetti inglesa.

À parte as excepções, como as Fender, primeiro do Hank Marvin e depois de todos os Shadows, o primeiro grande acesso dos músicos ingleses (alguns) às guitarras americanas foi através de Hamburgo, e dos músicos americanos com quem aí se cruzaram. Começam então a aparecer, já nos anos 60, algumas Gretsch, Gibson, Epiphone, Rickenbacker e Fender, mas só com os anos 60 adiantados, com o fim das restrições à importação, elas se tornaram verdadeiramente acessíveis. Pode dizer-se que, em geral, os grandes guitarristas ingleses começaram todos com instrumentos mais que medíocres, em alguns casos até construídos por eles próprios.

A Eko esteve praticamente fora desta equação. Primeiro, porque apareceu tardiamente, em relação ao período de que falei acima. Segundo, porque nunca se implantou verdadeiramente no UK (na altura em que apareceram, fabricavam-se em Inglaterra guitarras baratas equivalentes, como as Vox).

A Eko apareceu tarde porque pretendeu capitalizar num fenómeno já em marcha. Era originalmente um fabricante italiano de acordeões, que tentou modernizar-se e penetrar num mercado nascente. O passado "acordeonista" é bem visível na decoração das guitarras, pelo menos nos primeiros anos, com motivos brilhantes a lembrar lantejoulas.

Quando o boom da música moderna atingiu Portugal já se estava nos anos 60. A alternativa mais popular às grandes guitarras americanas (que apareciam por cá, mas em pequenas doses, que o mercado não dava para mais) foram as Eko, que tinham uma variedade enorme de modelos e de preços.

Porquê as Eko ? Provavelmente uma brilhante jogada de antecipação do António Gouveia Machado, que percebeu muitas coisas mais cedo que os seus conservadores concorrentes e conseguiu a importação exclusiva no momento certo.

Mas mesmo entre nós, desde muito cedo os músicos sérios começaram a fugir delas como o diabo da cruz.

Jack Kerouac disse...

Pois era parte da resposta que ia dar ao Filhote, as RIC Gretsche e Gibson, por ex. foram na sua maioria compradas inicialmente pelos músicos ingleses em Hamburgo, quando aí iam fazer as suas temporadas nos clubes. E que as compravam a prestações, em que pagavam a entrada e depois a prestação seguinte "quando fossem apanhados", segundo relatos do John Lennon. George Harrison comprou essa Futurama porque era o mais parecido com uma strat que conseguiu, só quando fez uma visita a uma irmão nos USA, antes da primeira visita dos Beatles, é que comprou a sua primeira RIC, que ele usou ainda nos primeiros tempos dos Beatles. Não deixa de ser curioso no entanro, que a sua primera eléctrica fosse... Checoslovaca...

ié-ié disse...

Se gostam assim tanto de guitarras, aconselho-vos o livro "Beatles Gear", de Andy Babiuk, mas, claro, já devem conhecer...

LT

Queirosiano disse...

É um livro interessante, mas limitado pelo próprio tema. Além disso não se fica pelas guitarras, cabe lá tudo desde amplificadores a mellotrons.

filhote disse...

Obrigado, Queirosiano. Estava a faltar-nos essa dissertação mais "técnica" da matéria em questão. E quem sabe, sabe...

Penso que, de certa maneira, fui mal interpretado. Agora, percebo que estavam mais a falar do impacto das guitarras Fender no Reino Unido, e não no mundo em geral.

Inicialmente, o que quis colocar em causa - e mantenho -, é que as guitarras Fender nunca deixaram de "estar na berra" até à chegada do Hendrix. Por isso, sugeri os exemplos marcantes de Beach Boys, Kinks, Dylan, Clapton, Page, Beck, e de centenas de músicos do Blues, e da Country.

Aliás, a maior prova de que não deixaram de "estar na berra" é o facto dos músicos ingleses dessa época (início dos 60) serem obrigados a comprar instrumentos "menores", sonhando com as Fender.

E mantenho algumas dúvidas quanto a algumas "teses" aqui defendidas. Nomeadamente pelo amigo Kerouac. Por exemplo: não é verdade absoluta que os músicos ingleses tenham conseguido as guitarras americanas apenas pela via Hamburgo.

O problema é que existe uma tendência nestes debates, quase irritante, para só existir memória para o percurso dos Beatles e das restantes bandas originárias do Norte de Inglaterra - as tais que iam a Hamburgo...

Em Londres, dezenas e dezenas de músicos usavam guitarras americanas, sem nunca terem passado por Hamburgo. Rolling Stones, Birds, Artwoods, Alexis Korner, Yardbirds, Pirates, etc, etc, etc...

Obviamente, os músicos tinham de sofrer para pagar o preço da importação. Todavia, é preciso não esquecer que na capital existia maior oferta, e poder de compra. E muitos dos referidos músicos até pertenciam à classe média - como Brian Jones e Mick Jagger.

Em 1959, já Bill Wyman tinha um dos seus baixos Gibson. Embora ele tenha cumprido serviço militar na Alemanha, e talvez lá tenha comprado o instrumento... eheheheh... vou averiguar...

filhote disse...

Sim, Ié-Ié, também tenho o "Beatles Gear"!

filhote disse...

Engano: o tal baixo americano de Bill Wyman, era um Rickenbacker e não um Gibson.

Talvez Bill o tenha comprado na Alemanha. Ele não o afirma em nenhuma das biografias disponíveis.

De qualquer forma, por curiosidade, Bill Wyman (William Perks), entrou para a RAF, em Cardington, a 20 de Janeiro de 1955, tendo sido tranferido para a RAF de Oldenburg (West Germany), quatro meses depois.

Existem fotos fantásticas dos Cliftons - banda de Wyman anterior
aos Stones - em que Bill aparece como esse baixo Rickenbacker.

Bill Wyman fala também na discrepância que existia entre os instrumentos/amplificadores usados pelas bandas da província, e os usados pelas da capital...

filhote disse...

Resumindo e concluindo, a dissertação excelente do Queirosiano, acrescentada por comentários meus e do Kerouac, já quase que dava para elaborar um interessante artigo sobre "O impacto das guitarras americanas, e da Fender, em particular, na música popular dos anos 60"... eheheheeh...

Venham mais cerejas destas!!!!

Queirosiano disse...

Da Rickenbacker do Bill Wyman, tenho dúvidas.
Da passagem pela Alemanha trouxe um baixo Framus (mais uma vez, as guitarras fabricadas no Continente), que utilizou durante muito tempo com os Stones e que chegou a estar exposto no Sticky Fingers.

Alguém que tem uma Rickenbacker vai trocá-la por uma Framus...?

filhote disse...

Queirosiano, Wyman refere diversas vezes o Rickenbacker.

E a forma mais rápida de dissipar essas dúvidas, é abrir outro livro do próprio Wyman, "Rolling with the Stones", pág. 35, e atentar na foto do Bill com a sua banda The Cliftons... parece-me claramente um baixo Rickenbacker...

Esse Framus também o conheço, claro. É lendário.

filhote disse...

Aliás, o Framus não foi comprado na Alemanha. Bill Wyman comprou-o no dia 2 de Setembro de 1963 - já integrando os Stones -, na loja Art Nash Music, em Penge.

Um Framus Star Bass.

"It was a deep red in colour, with a wide body and a very slim neck, perfect for my small hands. That night I used it at Studio 51 and had to admit it was much better than my homemade bass. I continued to use my homemade bass in the studio for many years as it gave me the perfect sound."

Ou seja, se Wyman teve um Rickenbacker, ou alguém lhe emprestou algum, nesta altura do campeonato já não o tinha, ou simplesmente, não lhe dava importância. Gostos...

Interessante. Está aberto um mistério por resolver. Wyman fala de um Rickenbacker e, no entanto, usava um baixo "artesanal".

E confesso, olhando melhor para a tal foto dos Cliftons, começo a duvidar que seja um Rickenbacker... o Bill está de lado, de perfil... pode ser o tal "homemade bass" (que aparece noutras fotos e parece diferente).

filhote disse...

Eureka:

"Bill was always talking about his little wonder Rickenbacker, but, in fact, it was a lousy homemade bass."

Keith Richards, "As It Happened-The Classic Interviews".

Fui enganado pelo próprio Wyman. Nem Gibson, nem Rickenbacker. Trata-se de um genuíno baixo artesanal, feito em casa, ou, se preferirem, "de trazer por casa".

Jack Kerouac disse...

Ao que parece, era um baixo de fabrico japonês, sem marca, que ele alterou. O Rickenbacker que ele teve mais tarde foi o 4001, mas o que mais me marcou, em termos visuais, foi mesmo o Vox Teardrop, que segundo consta foi desenhado para ele pela Vox.

filhote disse...

Esse Vox é lindo, Kerouac!

Queirosiano disse...

A famosa "Rickenbacker" terá sido uma guitarra baixo que ele comprou em segunda mão por 8 libras quando tocava com os Cliftons e que depois "traficou" ("Stone Alone", p. 86).

A Vox Teardrop é uma versão adaptada e modernizada... do Framus Star Bass.

Jack Kerouac disse...

Mas pelo menos no design não tem nada a ver uma coisa com a outra. O Vox Teardrop parecia mais um instrumento medieval.

filhote disse...

Sim, Kerouac. Tens razão. Mas talvez tenha a ver a nível de "acção" (braço), ou dos pick-ups...

Talvez o Queirosiano nos possa ajudar. De instrumentos, confesso, não sou grande "expert" - apesar de tocar alguns.

filhote disse...

Ahahaahah! Queirosiano, já andamos todos "desesperados" a folhear biografias e afins!!!

Eu nem tive tempo, e coragem, para pegar no "Stone Alone" (qualquer dia tenho de voltar a ler).

Limitei-me a ouvir e a ver umas entrevistas gravadas que tenho no meu arquivo Stones. E dei uma espreitadela rápida pelo "Rolling with the Stones" e mais uns quantos livros de fotos.

Litó disse...

JC
Estou atrasado na resposta mas ainda posso dizer que a minha viola baixo era uma Fender Stratocaster comprada no Gouveia Machado e custou 8 contos na altura.
Abraço para o Daniel grande dia 01 de Agosto vou ver se posso lá estar tenho o "trem de aterragem " meio avariado.

Jack Kerouac disse...

Baixo Stratocaster ? seria um Precision Bass eventualmente ? Baixo Fender Strat penso que nunca existiu. Mas de qualquer modo seria um Baixo do melhor que havia na época, 8 contos devia ser uma pequena fortuna.

Litó disse...

Jack
Baixo Stratocaster que até serviu de remo numa das piscinas do Santa Maria numa viagem que fizemos á Grécia .
Verdade
Abraço
Litó

Litó disse...

Jack dá o teu E Mail que eu envio a prova
Litó

JC disse...

Lancei a confusão e depois desapareci.

1.O JK tem razão: nunca existiu um baixo Stratocaster. Veremos do que se trata.
2. Provavelmente, algumas das 1ªs Fender entraram na Europa através de Liverpool e Hamburgo, de contrabando, via marinheiros. Tal como acontecia com alguns discos de "blues" e dos pioneiros do rock n' roll.
Agora deixo aos especialistas, que eu não sou.

ié-ié disse...

Também quero, Litó!

LT

filhote disse...

De acordo, JC e Kerouac, que eu saiba nunca existiu um baixo Fender Stratocaster. Também aposto no Precision...

ié-ié disse...

As coisas que vocês sabem...

LT

Queirosiano disse...

Resposta atrasada ao JK:

A Vox, para lançar as suas guitarras, pretendeu associá-las a músicos que seriam os seus divulgadores, por assim dizer, através da exposição e da imagem pública. Aconteceu com a Burns/Shadows, mais tarde com a Rickenbacker/Beatles, etc.
Não era ainda exactamente aquilo que se faz agora, em que se concebe um modelo de acordo com as especificações indicadas pelos músicos e o modelo passa a ter o nome do músico.
Os Stones aceitaram a parceria com a Vox. Houve um modelo de guitarra para o Brian Jones e o baixo para o Wyman. Simplesmente, este, habituado às características do Framus (braço fino e escala mais curta), ideais para quem, como ele próprio disse, tem as mãos pequenas, pediu um instrumento com essas características e com especificações sonoras semelhantes. Suponho que o corpo mais pequeno do baixo Vox está relacionado com o tipo de escala que tem, por uma questão de equilíbrio.
Não sei se por "contágio", os baixos Vox que conheci tinham todos a escala mais curta, mesmo os que tinham um design mais inspirado pela Fender.
Os baixos ulteriormente utilizados pelo Wyman reflectem aliás todos essa escolha. Numa entrevista recente ele dizia que usava os Steinberger (sem cabeça, mais leves, melhor equilíbrio). Mas, da última vez que o vi com os Rhythm Kings, iria jurar que o baixo dele era um Status, também sem cabeça e com a escala em grafite, o que os torna ainda mais ligeiros.

Para acabar, os Vox Teardrop reapareceram recentemente, provavelmente fabricados no Japão ou na Coreia. São caros e têm um aspecto muito atraente. Ainda não há muito, vi um na Guitar Village en Farnham e fiquei impressionado com a qualidade. Nada a ver com as guitarras baratas dos anos 60.

Jack Kerouac disse...

Mais uma bela achega do Queirosiano. Só um pequenino acrescento, a Rickenbacker aproveitou o facto de o John Lennon usar uma Ric 325, e ofereceram uma 365/12 ao George, e um baixo, penso que o 4001, ao Paul, mas que este só usou aí a partir do Magical Mister Tour, estou a escrever de cor. Mas nunca houve uma ligação oficial, ao contrário por exemplo da Vox, nos amps, que tinha o exclusivo dos Beatles para os concertos. Já a ligação da Burns ao Hank Marvin é diferente, a própria marca tinha uma filosofia diferente, e de facto desenvolveu uma Burns, com base na Fender Stratocastes, mas segundo as especificações pedidas pelo próprio Hank Marvin.

filhote disse...

JK: também falo agora de cor, mas, salvo erro, e segundo Geoff Emerick, o Paul gravou muita coisa no "Revolver" e no "Sgt. Pepper's" com o baixo Rickenbacker. Requer confirmação...

Queirosiano: no meio dos músicos, damos o nome de "endorsement" a esse tipo de associação entre músicos e marcas.

Queirosiano disse...

Indeed!

Anónimo disse...

EXISTE UMA MÚSICA QUE HÁ MT PROCURO E NÃO ENCONTRO,QUE SE CHAMA,JULGO EU!!! " JUNTOS OUTRA VEZ " GOSTARIA DE VOLTAR A OUVIR ESSA MÚSICA SE FOR POSSÍVEL.
COM OS MELHORES CUMPRIMENTOS

FERNANDO

ié-ié disse...

Qual é o seu email, Fernando? Posso mandar um ficheiro com a música...

LT

O Fantasma da Ópera disse...

olá Daniel Bacelar
Estou com meses de atraso, mas só agora entrei nisto e em julho era verão. LOL.
pois a velha EKO com 4 vibradores e o registo era acionado por teclas.
E o nosso velho amigo GOUVEIA MACHADO
que fazia prestações suaves "como tu dizes. Que saudades. e Lembras-te do JORGE que depois do 25 montou A "DIAPASÂO"? infeliZmente tambem já fechou. Desculpa a nostalgia
aparece
Carocha

Anónimo disse...

o tema q procura dos gatos "JUNTOS OUTRA VEZ" esta no youtube e so gravar.Aliás ainda hoje eu canto este tema.Cumprimentos

Anónimo disse...

Bom dia,
Gostaria de saber se Os Gatos Negros tiveram um elemento chamado Victor Montoya que veio de Mocambique em 1962/63?
Obrigado
Rafael Amorim
rafaelamorim2@gmail.com

ié-ié disse...

Que eu saiba não. Quem cantou com os irmãos Montoya, em Moçambique, no GRRMM, foi Edmundo Falé.

LT

Anónimo disse...

Luis,
Obrigado pela resposta.
A questão e a seguinte, em 1962, um Victor Montoya tocou bateria com o Conjunto Oliveira Muge em Mocambique.
Quando o batalhão dele voltou para Portugal, no final desse ano, ele terá sido obrigado a retornar a Metropole e, nessa altura, terá feito parte da formação dos Gatos Negros.
Procuro confirmar essa informação e saber do paradeiro do Victor Montoya.
Os membros restantes do Conjunto Oliveira Muge perderam-lhe o rasto.
Abraço
Rafael
rafaelamorim2@gmail.com

Anónimo disse...

Já agora, esse Montoya será um dos irmãos Montoya que tocou com o Edmundo Falé?
Rafael Amorim

Unknown disse...

Boa tarde como poderei saber o nome dos outros elementos do grupo?

Unknown disse...

Algum deles teria a alcunha do caracol