domingo, 30 de novembro de 2008

STEELY DAN


PROBE - 8E 006 94048 M - edição portuguesa

Do It Again - Fire In The Hole

AS CANÇÕES SECRETAS DOS BEATLES


"Las Canciones Secretas De Los Beatles", Alejandro Iranzo e Antonio Vizcarra, Editorial Milenio, 2002, 396 págs, € 19.49

Não é muito fácil encontrar fora da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, bons livros sobre os Beatles.

Há excepções, como é evidente, sendo este espanhol uma delas. Interessante do ponto de vista editorial, bem documentado, rigorosamente investigado.

É dos poucos livros onde se descreve bem a história de "Penina".

Os autores listam 120 "canções secretas" dos Beatles.

SI JE SUIS UN ROCK STAR


A&M - 1PAMS 8144 H - edição portuguesa

(Si Si) Je Suis Un Rock Star - Rio de Janeiro

TOM JONES


DECCA - TJD 1/1 & 172 - 1974

Cortesia de Elsa Bastos

sábado, 29 de novembro de 2008

ABRAÇO A MOÇAMBIQUE


EMI VALENTIM DE CARVALHO - RDP/RTP0100 - 1985

Como forma de penitência por ter faltado ao almoço do pretérito dia 22, aqui estou a dar um abraço aos nossos Coca-Colas (era esta a alcunha que nós, Angolanos, dávamos aos nossos manos a residir em Moçambique.

Rato ou Carlos, expliquem lá porquê... eu até sei, mas não quero tirár-vos esse prazer...

Colaboração de Vicky

APACHES


Os Apaches, da Beira, já demonstravam grande qualidade de interpretação, a par dos Rebeldes, também da Beira.

Julgo que participaram numa das eliminatórias regionais do Concurso Yé Yé.

Cortesia de Carlos Santos

FLEET FOXES


BELLA UNION - BELLACD175 - 2008

Altamente recomendado por Filhote, recomendação altamente justificada.

A capa, linda, reproduz "De Blauwe Huik", de Pieter Bruegel The Elder, pintor renascentista neerlandês do séc. XVI.

Entre os agradecimentos do disco, conta-se Brian Wilson, Maddy Prior, Luiz Bonfá, Bob Dylan, Levon Helm, Robbie Robertson, Joni Mitchell, Neil Young, Gilberto Gil, Charles Mingus, Stravinsky, Ravel, Débussy, Colin Blunstone, Harry Nilsson, Judee Sill, Arthur Lee, Marvin Gaye, Rita Lee, Paul Simon, John Lennon, Townes Van Zandt, Vashti Bunyan, Van Morrison, Simon Raymonde... só gente boa!

AMEN CORNER


DECCA - SPA 33 - 1969

Bend Me, Shape Me - Run, Run, Run - Love Me Tender - Our Love (Is In The Pocket) - Something You Got - I Am An Angel But I Can't Fly - High In The Sky - Expressway (To Your Heart) - Let The Good Times Roll/Feel So Good - Can't Get Used To Losing You - Lost And Found - Gin House - I Don't Wanna Discuss It/Amen

Cortesia de João Pedro Martins

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

JET HARRIS E TONY MEEHAN


Pois já que falei em Shadows, via Brian Locking e Brian Bennett, aqui vão duas relíquias.

É que sempre que me falam em Shadows, eu penso Jet Harris e Tony Meehan, já que, para mim, a sua saída acelerou a deriva que já se começava a notar no grupo no sentido do "easy listening".

Como sabem, estes foram os dois primeiros singles da dupla, embora existam gravações anteriores "a solo" de cada um deles. "Diamonds"/ "Footstomp" foi #1 e "Scarlett O' Hara"/ "Hully Gully" #2 no UK, em 1963.

Em ambos, temas muito mais próximos do rock instrumental original do que daquele que já era, na época, o som Hank Marvin.

Tony Meehan aparece já como produtor, profissão pela qual tinha deixado os Shadows e que viria a seguir com sucesso na Decca. Morreu em 2005 devido a ferimentos resultantes de uma queda em casa (tal como Sandy Denny...).

Outra curiosidade é que, dizem as más línguas e parece que com razão, Jimmy Page é um dos músicos de estúdio que integrou a gravação de "Diamonds", o que não será propriamente caso para grande espantação.

Infelizmente os discos de Harris e Meehan - penso - nunca estiveram à venda aqui pelo "rectângulo".

É pena.

Colaboração de JC

CARTA DE HÁ 43 ANOS!!!!



Um amigo meu, que agora reencontrei após mais de 40 anos de black out, tem tido a amabilidade de me scanar missivas que então lhe enviava sobre as novidades musicais da época.

Transcrevo apenas as partes que a este blogue mais interessam. São documentos de época:

Isto dos Searchers foi uma loucura do caneco. Foi uma coisa amestradíssima. Com eles, tocaram o conjunto inglês Satins, os Sheiks, os Ekos e os Dakotas. Havia guinchinhos, gritos, choros, barulho, etc, etc.

Sabes quem é que foi dizer à RR que os Animals vinham cá? Palavra de honra que fui eu. Li a notícia no Disc Weekly e fui levar o jornal à 23ª Hora. Falei com o João Martins, mas ele não sabia de nada. Fartaram-se de telefonar para empresários para confirmarem a notícia. Até que o Luís Neves (o mesmo gajo que trouxe os Searchers) confirmou a notícia.

Mas agora tenho aqui à minha frente um outro jornal inglês, o New Musical Express, que diz que a viagem para Portugal dos Animals foi cancelada e que eles já não vêm, de maneira que logo à noite vou lá falar com o João Martins.

(como é sabido, os Animals acabaram mesmo por tocar em Lisboa)

Também já conheço o Pedro Castelo (locutor do "Em Órbita"). O gajo anda no 3º ano da Faculdade de Direito. Até já tive alguns discos do gajo cá em casa. Ele é um tipo bacana.

Não vou ver o Cliff Richard, porque além de não gramar muito o gajo, não estou para largar 80$00 (bilhete mais barato) -
(40 cêntimos - ah! ah! ah!)

Quanto a LPs, há uns engraçados. Tens vários dos Beatles, dos Shadows, do Cliff....

(...)

Ontem vi na Baixa uns copos com as fotografias dos Beatles.

Agora estou a ouvir a 23ª Hora e o Ritmo-64. Na 23ª Hora está a cantar Tom Jones a canção "It's Not Unsual". No Ritmo-64 está a "batalha de gigantes", hoje entre a Françoise Hardy e Charles Aznavour.

A propósito, este gajo vem cá a Lisboa nos próximos dias 4 e 5 de Maio. A votação está 47 para Charles Aznavour e 35 para Françoise Hardy.

Amanhã, dia 14, vou ao
Ouro Negro Show. Até já tenho bilhete. Apresentam-se os conjuntos Mistério, Deltons, Ekos e Sheiks e, claro, o Ouro Negro. Deve ser porreiríssimo da costa.

(lamentavelmente, não me lembro de nada!).

No sábado passado fui ver o Sarau da Tuna Académica de Coimbra.

EXPO '98: 10 ANOS


À falta de melhor - poderia ser um álbum de qualidade com a história de sucesso da EXPO '98/Parque das Nações, que não existe! -, a Parque EXPO fez editar um número especial da revista "LX Metrópole", pretensamente com os 10 anos da Exposição Mundial de Lisboa.

Assumindo que os custos não eram problema, tenho para mim que melhor coisa poderia ter sido feita.

A capa não é muito feliz e o conteúdo é desastroso, pouco tendo a ver com a efeméride.

Por exemplo, o que é que Saragoça tem a ver com a EXPO '98, ou Manuel Reis, ou o Lux, ou a Fábrica de Braço de Prata, para só chamar os exemplos mais caricatos?

Uma boa ideia que poderia ter sido mais bem trabalhada, menos elitista.

A revista, que não está à venda ao público (mais um caso sério de elitismo), inclui uma boa entrevista com António Mega Ferreira, pai da EXPO.

Em todo o caso, é melhor do que nada e, apesar da pobreza de ideias, registe-se o esforço de assinalar o 10º aniversário do maior projecto urbanístico português, após o terramoto de 1755, já que nada foi feito até agora.

THE HOUSE THAT NAT BUILT


Da última vez falei-vos de Nat King Cole e hoje vou ter de "voltar à carga" a propósito deste edifício. Trata-se da Capitol Tower, que durante algumas décadas, foi sede e estúdio de gravação da Capitol Records, situada em Los Angeles, no quarteirão de "HollyWood and Vine".

Construído em 1956, quando a Capitol foi adquirida pela EMI, este edifício tem a particularidade de ser redondo, isto é, deliberadamente em forma de disco...! E consta que, no seu tempo, foi o primeiro edifício desta dimensão completamente redondo a ser construido neste planeta.

Mas o que é que o Nat King Cole tem a ver com tudo isto? Vamos lá, devagar...

Segundo leio no livro "Nat King Cole - An Intimate Biography", de Maria Cole e Louie Robinson, a Capitol Records terá sido criada na Primavera de 1942 por Glenn Wallichs, proprietário de uma das principais lojas de discos de LA, Johnny Mercer (esse mesmo, o co-autor de "Laura" e de tantos outros "standards" da música popular americana) e o produtor cinematográfico Buddy DeSylvia, que terá entrado com a "massa". Glenn era "Business Manager" e Mercer o responsável pela angariação dos"Artistas" e dos "Repertórios".

Ora um dos primeiros a ser "angariado" para a nova companhia foi Nat King Cole, que aí gravou , em Outubro de 1943, o primeiro grande sucesso com o seu Trio: "Straighten Up and Fly Right".
Foi, simultâneamente, o primeiro grande sucesso de vendas da Capitol, que iria ter em Nat o seu "abono de família" durante muitos anos. Outros sucessos se seguiriam com o Trio ("Sweet Lorraine", "It's Only a Paper Moon", "Route 66", ...), antes dos mega-sucessos a solo como "Christmas Song", "Nature Boy", "Mona Lisa", "Unforgettable" e tantos outros.

Em anos sucessivos, Nat King Cole deu a ganhar à Capitol largos milhões, ao ponto de se dizer que este edifício só pode ser construido à custa desses lucros. Por isso mesmo, o edifício passou a ser conhecido, no meio musical norte-americano, como sendo "The House That Nat Built"...!

Claro que a Capitol Records (uma das "majors" daquele tempo, juntamente com a RCA-Victor, a CBS e a Decca) não foi só Nat King Cole. Quase toda a nata dos grandes intérpretes americanos dos anos 40 e 50 por lá passou: Frank Sinatra (as suas célebres "Capitol Series"...), Dean Martin, Peggy Lee, Judy Garland, Andrew Sisters, Tenessee Ernie Ford, acompanhados pelas grandes orquestrações de Gordon Jenkins, Billy May ouNelson Riddle ...

Nos primeiros tempos do hi-fi, Jackie Gleason teve também um imenso sucesso na Capitol com os seus instrumentais "delicodoces". Já nos finais dos anos 50 uma nova "mina de oiro" surgiria com o "boom" da folk music, através dos Kingston Trio.

Já no início dos anos 60 vamos encontrar na Capitol os Journeymen, supergrupo folk de que faziam parte o futuro "Papa" John Philips, Scott McKenzie (ainda sem as "flowers in his hair"...) e o excelente instrumentalista Dick Weissman.

Mais tarde chegariam também Bobbie Gentry, Glen Campbel, os Beach Boys e as edições americanas dos discos dos Beatles. A partir daí, já não vos sei dizer grande coisa, embora me lembre que Bob Seeger também por lá gravou.

Para quem, como eu, gosta de filmes musicais e das respectivas bandas sonoras, a Capitol foi também a editora de "Hight Society", "Pal Joey", "The King and I", "The Music Man", "Oklahoma!", "Carousel" e muitos outros.

Nenhum deles estará na primeira linha dos grandes "musicais" americanos (refiro-me aos filmes e não aos musicais da Broadway...), mas todos me deixaram a sua marca e a sua nostalgia... "Oh what a beautifull morning, Oh what a beautifull day"...!

Para mim, a Capitol ficará sempre a Capitol desses magníficos anos 50.

No início dos anos 80, quando fui a LA pela primeira vez, dei um salto à Capitol Tower. Tinha então um museu que era uma maravilha e que me lembro de me ter deixado ficar em "pele de galinha": "maquettes"originais de capas de discos com correcções; discos de oiro, prata e platina pendurados nas paredes; partituras e cartazes de espectáculos; fotografias diversas; aparelhos de gravação; etc.

Desta vez não voltei lá, limitando-me a fazer esta fotografia à distância. Li algures que o edificio está praticamente abandonado e não o quis rever nessa figura. Lembrei-me a tempo do bom conselho do Paul Simon: "Preserve your memories. They're all that's left you"...

Colaboração de Luis Mira

PUNK ROCK BASCO


BASATI DISKAK - BDE 019 - 1991

Quiero Ser Un Dead Boy (Dead Boys) - Far, Far Away (Slade) - Una Noche Y Un Guión (Rolling Stones) - He Aquí El Dilema (Upright Citizens) - Non Dago? (Introducsión) - Amor Y Entrega - Pantxo Lopez - Insoportables Por La Paz Y La Tolerancia (Ritchie Valens) - Ya Falta Menos (Queen) - Non Dago? (adioss)

Com a mania das modernices e de capas arty, não se percebe nada deste LP, cuja fachada - está bom de ver - glosa a de "Sgt. Pepper's".

Já virei o disco de todas as maneiras e feitios e, segundo depreendi, trata-se de duas bandas bascas de punk rock, uma chamada Tijuana In Blue, a outra Los Insoportables.

E não é que se ouve muito bem?

VICKY NO CASINO ESTORIL


Vicky e os Blue Jeans iniciam hoje, dia 28 de Novembro, uma residência de 10 dias no Casino Estoril, até ao dia 07 de Dezembro.

Ao todo são 20 espectáculos, às 21H30 e à 01H30, no Du Arte Lounge, como no tempo dos Beatles: dois concertos por dia!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MINHA VIDA COM OS BEATLES


"Magical Mystery Tours - Minha Vida Com Os Beatles", Tony Bramwell com Rosemary Kingsland (tradução de Eduardo Rado), Seoman, 2008, 520 págs.

FIREMAN


ONE LITTLE INDIAN - TPLP1003CD - 2008

Nothing Too Much Just Out Of Sight - Two Magpies - Sing The Changes - Travelling Light - Highway - Light From Your Lighthouse - Sun Is Shining - Dance 'Til We're High - Lifelong Passion - Is This Love? - Lovers In A Dream - Universal Here. Everlast Now - Don't Stop Running

Esta é a terceira modernice de Paul McCartney com Youth, ex-Killing Joke, debaixo do guarda-chuva de Fireman. A crítica diz que é a melhor das três, pelo menos, há canções. E eu estou de acordo.

As anteriores produções tinham sido "Strawberries Oceans Ships Forest" (1993) e "Rushes" (1998).

Este terceiro álbum, luxuosamente equipado, tem por título "Electric Arguments".

E vale a pena! É um disco inspirado!

Há uma faixa escondida, já repararam? Não, não é "Carnival Of Light".

JOAN BAEZ


AMADEO - AVRS EP 15612 - edição austríaca

Donna Donna - House Of The Rising Sun - All My Trials - Silver Dagger

FIREMAN


PARLOPHONE - 7243 8 271 67 2 3 - 1993

Transpiritual Stomp - Trans Lunar Rising - Transcrystaline - Pure Trance - Arizona Light - Celtic Stomp - Strawberries Oceans Ships Forest - 4 4 4 - Sunrise Mix

"OBRIGADO, OTELO!"


C.E.D.R.I. - 574903 - 1989 - edição francesa

DISCO 1

Triviale Poursuite (Renaud) - Rotting On Remand (Billy Bragg) - L'Epistoli (Mikis Theodorakis) - Quantos É Que Nós Somos (José Ma´rio Branco) - Abril 74 (Lluis Llach) - Allora Chi? (Edoardo Bennato) - L... Comme Beauté (Jacques Higelin) - Renn Lieber, Renn (Konstantin Wecker) - Soledades de Neon (Luis Pastor)

DISCO 2

Cuando Te Encontré (Pablo Milanés) - Bancarrota Blues (Chico Buarque) - Seerauber-Jenny (Gisela May) - Tout Le Sang Du Monde, Sauf Celui De Français (Serge Utge-Royo) - Mozambika (Mahaleo) - Portugal (Georges Moustaki) - Heavy Ghetto (Francis Bebey) - O Madrugar De Um Sonho (Carlos do Carmo) - Contra Vientos Y Maraes (Tomas Gubitsch Trio) - Como La Cigarra (Mercedes Sosa)

Trata-se obviamente de um disco (muito) datado, onde ainda aparece o nome da antiga Provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, na lista dos agradecimentos.

27 DE NOVEMBRO DE 1975


No dia 27 de Novembro de 1975 cumpria serviço militar obrigatório, como alferes miliciano, no Estado-Maior do COPCON, sito no Forte do Alto do Duque, em Lisboa.

Desempenhava funções no gabinete de Otelo Saraiva de Carvalho, como oficial de Imprensa.

Vivia transitoriamente em Carcavelos, perto da esquadra da PSP, numa casa nova ainda sem telefone, mas armado, desde 24 de Novembro, com uma pistola Walther e 3 carregadores com 24 balas, debaixo do travesseiro.

Como previamente acordado, um agente da PSP bateu-me à porta, convocando-me para uma reunião urgente no COPCON. Não voltara ao Alto do Duque, desde os acontecimentos da noite de 25 de Novembro.

Um parêntesis para contar um episódio caricato, revelador da situação de então: o meu Pai fazia anos a 25 de Novembro, pelo que me armei e pedi a um furriel que me conduzisse a casa de meus Pais. "Pai, parabéns, desculpe, mas não posso ficar, estou em guerra".

Chegado ao COPCON e na sequência do seu desmantelamento, foi-me entregue uma guia de marcha para me apresentar no Regimento de Infantaria Operacional de Queluz (RIOQ), unidade a que pertencia.

Enquanto arrumava papéis, chegavam mais oficiais ao COPCON, os que aí prestavam serviço e outros.

Perto da hora do almoço, o bunker do COPCON foi tomado de assalto pelos Comandos da Amadora, mas sem qualquer violência. Apenas o capitão da Força Aérea Lourenço Marques esboçou alguma resistência, mas sem sucesso.

Se bem me lembro, o grupo de Comandos que entrou no COPCON era comandado pelo major Coimbra que se encontrava armado com uma Kalashnikov.

Vasco Lourenço e Sousa e Castro, que estavam com o grupo assaltante, explicaram então a Otelo que tinham recebido uma informação A1 (a mais credível no sistema militar), segundo a qual os oficiais do COPCON estariam reunidos para preparar uma resposta.

A informação A1 baseava-se no número inusitado de refeições que o COPCON requerera à Manutenção Militar (o COPCON não tinha cozinha) para almoço.

É preciso não esquecer que eram (são) todos camaradas de armas e que estiveram juntos no mesmo lado da barricada no 25 de Abril, pelo que tudo se passou em ambiente de caserna.

É então que aparece um militar de camuflado, ar carregado, patilhas compridas, óculos escuros, quico, galões dissimulados e uma pequena pistola à cintura.

Sem mostrar os dentes, puxa de um papel e lê uma série de nomes (não o meu, nem o de Otelo), após o que sentenciou: "estes senhores oficiais têm 10 minutos para se apresentar na parada", que era no exterior, à superfície, onde viriam a ser detidos.

Munido da minha guia de marcha, deixaram-me sair tranquilamente, não sem que antes tivesse assistido ao abraço fraterno entre Eanes, o tal militar de ar carregado, patilhas compridas e óculos escuros, e Otelo:

"Otelo, vou-te deixar sozinho nos próximos 10 minutos, depois apresenta-te também na parada. Tem coragem!".

"Terei", foi a resposta de Otelo.

LPA

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

OS QUATRO CALOIROS


CAPITOL - EAP 4-1682 - edição francesa

Opus One - In Apple Blossom Time - Greenfields - Shangri-La

OS NOVOS POBRES


ZIP ZIP - 30061/S - disco de promoção

Os Novos Pobres (Ary dos Santos/Pedro Osório) - Canto da Primavera (Ary dos Santos/Fernano Tordo)

Canções da revista "Uma No Cravo Outra Na Ditadura", com arranjos e direcção musical de José Calvário.

YES, THEY'VE DONE IT!


HIDDEN BEACH RECORDS - HBRCD 00070 - 2008

Eternity (Lionel Richie + Obama) - Signed, Sealed, Delivered I'm Yours (Stevie Wonder) - Waiting On The World To Change (John Mayer + Obama) - American Prayer (Dave Stewart + Martin Luther King) - Battle Cry (Shontelle + Obama) - Make It Better (Lonely Boys + Obama) - Pride, In The Name Of Love (John Legend + Obama) - I Have A Dream (Bebe Winans + Martin Luther King) - Am I All Alone? (Suai + Obama) - One Is The Magic (Jill Scott + Obama) - Love And Hope (Ozomatli + Obama) - Looking East (Jackson Browne) - Out Of Our Heads (Sheryl Crow) - Promised Land (Malik Yusef, Kanye West and Adam Levine) - Hold On (Yolanda Adams) - America The Beautiful (Keb' Mo' + Obama) - America (Ken Stacey) - Wide River To Cross (Buddy Miller + Obama)

EDDIE COCHRAN


LIBERTY - LEP 2180 - 1959 - edição britânica

Mean When I'm Mad - Stockin' 'N' Shoes - Teresa - That's My Desire

TRIO ODEMIRA


PARLOPHONE - SLEM 2023

Canção da Beira Baixa - Fadinho Triste - Vizinha Morena - Lembra-te O Ana

Cortesia de Fernando Pereira

NINGUÉM É PERFEITO...


... mas pode ser bonita!

Cortesia de Gin-Tonic

terça-feira, 25 de novembro de 2008

THAT PETROL EMOTION


DIABOLO RECORDS - DIAB 823 - 1986 (reedição em CD)

Fleshprint - Can't Stop - Lifeblood - Natural Kind Of Joy - It'a A Good Thing - Circusville - Mouth Crazy - Tightlipped - A Million Miles Away - Lettuce - Cheappskate - Blindspot - V2 - Jesus Says - The Deabbeat - Mine - Non-Alignment Pact

That Petrol Emotion - de onde pode vir um nome assim? A resposta mais lógica é que a explosão dos combustíveis pode sempre produzir apaixonantes emoções. É o caso deste disco, uma maravilhosa excursão ao que de mais excitante e emocionante o pop contemporâneo tem para oferecer.

Os That Petrol Emotion não nasceram do nada e alguns dos seus membros têm mesmo pergaminhos de relevo nas músicas desta década.

Os irmãos O'Neill, aparentemente alma e cérebro desta aventura petrolífera, estavam juntos nos Undertones, uma banda pop nascida em finais dos anos 70 e que se aguentou até 83, fazendo pelo caminho êxitos como "My Perfect Cousin", "Beautiful Friend" ou ainda "Got To Have You Back" e "Jimmy Jimmy".

Nos Undertones, John O'Neill e Damian O'Neill, respectivamente, guitarrista e teclista, eram os responsáveis pela maioria das composições que o vocalista do grupo, o agora bem conhecido Feargal Sharkey, então cantava.

Agora, a voz é desempenhada nos That Petrol Emotion por Steve Mack e a produção é assinada por Hugh Jones.

A banda fica completa com Reamann O' Gormain, Ciaram McLaughlin e Marvin Bisquick.

São irlandeses, evidentemente, como manda a corrente lógica das coisas - continua a ser a partir daquela ilha que surgem as mais interessantes promessas do pop contemporâneo.

Manuel Falcão, "Amigos de Alex", 10 de Maio de 1986

GUEDELHUDOS GRISALHOS


RCA VICTOR - TP 508

Everybody’s Talkin’ – Rainmaker – I Will Take You There – It’s Beem So Long

Imponderáveis que se revelaram sem possibilidade de adiamento, impediram-no de comparecer ao convívio. Fez-se representar por Mr. Gin-Tonic que, tanto quanto lhe permitiram os vapores etílicos, lhe apresentou um relatório.

Fala de uma série de confusões relacionados com a chegada, ou não, de Filhote, vindo do Rio de Janeiro (continua lindo!), em mails que foram feitos e não chegaram ao destino ou estão perdidos na caixa electrónica junto, sabe-se lá, a uma capa do António Calvário ou do José Cid…

Queijinhos frescos da região saloia, um de Niza, um paté de atum, uma sopa de feijão, a lembrar rancho da tropa, pão da Vidigueira, tinto da Amareleja, ele que tem a ideia que a especialidade vinícola da Amareleja é o branco e não o tinto, mas enfim, e um bolo de laranja, também um frasco com um liquido avermelhado que alguém disse ser “Licor dos Silêncios”.

Conversas variadas, muitas sem nexo, má-língua q.b., volta e meia uma pergunta e também uma resposta:

- O que é que tens de ié-ié português para a troca?
- Não sei, tenho que de ir ver ao Galamas!...

Foi então que a canção “Everybody’s Talkin’”apareceu, vinda não se sabe de onde – Mr. Gin-Tonic, preocupado com os copos de tinto, é pouco rigoroso no seu relato.

Também se falou de “Midnight Cowboy”, filme realizado por John Schlesinger em 1969, uma fantástica interpretação de Dustin Hoffmann, outra de Joe Voight no papel de ingénuo cowboy, vindo do Texas, para as ruas de Nova Iorque onde se passeia, com a canção de Fred Neil em fundo, a menear as ancas como John Wayne.

Mr. Gin-Tonic terá então dito existir a vaga ideia de ver o EP do Nilsson por aqui, e, por uma vez, acertou.

O pânico da noite estava guardado para uma história contada por Pedro de Freitas Branco de que vira, num tasco em Almoçageme, uma fotografia do Macca , devidamente autografada, num dia em que por lá comera uns queijos e um naco de presunto.

Mr. “Ié-Ié” tirou os óculos, esfregou os olhos e ficou a olhar, completamente estupefacto, como é que aquilo lhe passara ao lado, até que, na parte do cérebro que ainda não está adormecida, uma campainha soou – era apenas uma provocação . Gargalhada geral.

Também uma história de dois discos de versões brasileiras do “White Álbum”, encomendados por Mr. Ié-Ié, o rapaz do boteco a vender ao Filhote um CD duplo, Filhote a adiantar que deveriam ser dois discos, o rapaz do boteco a dizer que sim senhor tem toda a razão são dois, o CD é duplo, a ira de Mr. Ié-Ié estampada no rosto, desvairado, a dirigir-se ao computador para confirmar, e já havia, em cima da mesa, uma aposta de um milhão de dólares.

Tinha razão (como sempre - nota do editor) e, para que conste, o outro disco vai ser enviado por “express mail”. Palavra de escuteiro, para o caso, palavra de Filhote.

Ainda mais uma vez a tal pergunta, o que havia de ié-ié português para a troca, a necessidade de ir ver ao Galamas e Mr. Gin-Tonic deixa a ideia de que, enquanto por lá permaneceu, antes de sair para ir apanhar o último metro, este diálogo se ouviu para aí umas cinco vezes.

Lembrando Dinis Machado: "Vai dar a Gin-Tonic as férias indispensáveis a uma convalescença perfeita, pagas e com bónus”.

Ele tratará de não voltar a faltar a outros convívios!...

Colaboração de Gin-Tonic

Mr. Ié-Ié acabou de lavar à mão, com Ultra Pro Clássico Concentrado, 16 copos!!!

O CANDEEIRO JÁ SE FOI...


As obras prosseguem de candeeiro em popa...

Como de costume, há sempre mais gente a ver do que a trabalhar. Aqui não há défice de supervisão!

25 DE NOVEMBRO DE 1975


Há 33 anos necessitava-se de um salvo conduto para circular em Lisboa de madrugada.

Felizmente que já ninguém se lembra disso!

BEATLE COUNTRY


COLLECTOR'S CHOICE MUSIC - CCM-618 - 2005

I've Just Seen A Face - Baby's In Black - I Feel Fine - Yellow Submarine - Ticket To Ride - And Your Bird Can Sing - What Goes On - Norwegian Wood - Paperback Writer - She's A Woman - I saw Her Standing There - Help!

LA BANDA BORRACHA


PARLOPHONE - LMEP 1233

La Banda Borracha – Tumbando Coco – La Negra Celina – Janico

Depois de outra visita ao Boteco.

Cortesia de Aida Santos

STONES NO BRASIL


"Os Rolling Stones No Brasil - Do Descobrimento À Conquista (1968-1999)", Nélio Rodrigues, Ampersand Editora, 2000. 214 páginas

Pedro de Freitas Branco, que é um connoisseur, diz que Nélio Rodrigues é o maior fã brasileiro dos Rolling Stones.

HOTEL ANGOLA


Cortesia de Fernando Pereira

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SOPA, QUEIJINHOS, TINTO


Um excelente Casa da Capela, Reserva 2006

ARETHA FRANKLIN


ATLANTIC - 650 189 - edição francesa

Let It Be - Son Of A Preacher Man

NATÉRCIA BARRETO: EDIÇÃO PORTUGUESA


PARLOPHONE - LGEP 4039 - edição portuguesa

Vem Meu Amor (Delilah) - Felicidades (Congratulations) - Triste e Só (Love Is Blue) - La La La

A PROPÓSITO DE GUITARRAS...


Paulo Bastos tem esta, uma Rickenbacker 330. Agora, diz, só lhe falta saber tocá-la... depois sai a "Marcianita".

UMA IDEIA ORIGINAL


Será que resulta?

Miguel Filipe, voz da banda lisboeta Novembro, concebeu uma guitarra clássica portuguesa eléctrica de corpo maciço.

De acordo com o semanário gratuito "Sexta", de onde se retirou a imagem, da autoria de Gonçalo Lobo Pinheiro/ASF, Miguel Filipe, que também é designer, "pegou num pedaço de papel, idealizou e desenhou um protótipo".

O protótipo chama-se Novembro P1 e foi construído no Algarve por João Pessoa.

Ao tocarmos a nossa música com uma bateria a sério, a guitarra portuguesa apenas electrificada acaba por revelar incompatibilidades e isso levou-me a procurar uma solução para a tornar mais compatível com um set de rock,
explica.

Vou à procura do disco, "À Deriva"!

HOTEL POLANA


Cortesia de Fernando Pereira

domingo, 23 de novembro de 2008

TODOS CANTAM ZECA AFONSO


FAROL - FAR81804 - 2008

Maio Maduro Maio (José Mário Branco, Amélia Muge, João Afonso) - Canção de Embalar (Cristina Branco) - Maria Faia (Fernando Machado Soares) - Menino do Bairro Negro (Mariza) - Resineiro Engraçado (Tonicha) - Se Voaras Mais Ao Perto (Jacinta) - Vejam Bem (Teresa Silva Carvalho) - A Morte Saíu À Rua (Frei Fado D'El Rei) - Os Índios da Meia-Praia (Paula Oliveira e Bernardo Moreira) - Traz Outro Amigo Também (Carla Pires) - Verdes São Os Campos (Uxia) - Venham Mais Cinco (Sons da Fala) - Adeus Ó Serra da Lapa (Lusa Extravagante) - Era Um Redondo Vocábulo (Lena D'Água) - Menina dos Olhos Tristes (Rosa Madeira) - Bombons de Todos os Dias (João Afonso) - Vampiros (Couple Coffe) - Menino D'Oiro (Carlos do Carmo) - Grândola Vila Morena (Amália Rodrigues) - Viva o Poder Popular (Júlip Pereira)

Sou a favor de toda e qualquer homenagem a José Afonso, mas esta é um tanto ou quanto desgarrada. Nem um texto, nadica de nada...

SERÁ QUE O BENFICA GANHA?


Foto de Rato Photos

FLORESTA ORIENTAL


Não me canso de enaltecer as qualidades deste discreto restaurante no Poço do Bispo, em Lisboa, "Floresta Oriental" de seu nome.

Não é fácil lá chegar, mas vale a pena o desatino: rua Capitão Leitão, 98 (T. 218 681 915 - fechado ao Domingo).

Sem luxos de qualquer espécie, a cozinha é excelente e a relação preço-qualidade imbatível, do meu ponto de vista, é claro. Tudo comandado por três jovens irmãs, minhotas, com a Susana à cabeça.

É o restaurante do operariado da zona, mas também frequentado pelos estúdios fotográficos da área e até por jovens turcos da mais distante Parque EXPO.

No almoço dos 165 anos do casal Bacelar, 13 pessoas desembolsaram 11 euros por cabeça, por 5 dobradinhas, 4 bacalhaus na brasa, 3 churrasquinhos e 1 leitão à Bairrada, alguns litros de vinho, 12 pães, queijinhos, presunto, 14 cafés, por aí fora, e até um bolo de anos!

Lamento que tenhamos feito mal as contas e que o pourboire tivesse ficado abaixo do justamente merecido. Vai ser reposta a justiça já na 2ª feira.

BARCO NO MEIO DA CIDADE?


No Poço do Bispo, em Lisboa, junto à "Floresta Oriental"

sábado, 22 de novembro de 2008

165 ANOS DE CASADOS!!!


O Daniel e a Fernanda, ambos Bacelar, fizeram hoje 165 anos de casados - pelo menos, foi o que o Daniel nos transmitiu (e por isso levaram as prendas...). Agora, se é mentira...

Como quer que seja, juntámos os 165 anos do casal e os 40 do duplo álbum "The Beatles" e fizémos uma grande comezaina para comemorar os dois eventos, na Floresta Oriental (obrigado, Hugo, não tenho sentido algum de orientação!!!!) , no Poço do Bispo, em Lisboa.

Do meu ponto de vista - aguardo as vossas opiniões -, tive duas grandes surpresas e uma decepção.

Para já, a grande decepção: o meu grande amigo Hugo, último sobrevivente da Reforma Agrária no Magoito, the ultimate proletarian gourmet, pôs sal na dobradinha, à mesa, já depois de confeccionada. Eu vi, foi à minha frente!!! Como pode?

As duas surpresas: o Paulo, cúmplice deste blogue, trouxe, pela primeira vez, a sua companheira, Elsa, que é, nem mais nem menos, do que uma inquebrantável fã anti-Beatles. Assim é que é!

Por último, o outro Paulo, vulgo ppbeat, touxe DVDs inéditos de Paul McCartney para toda a gente. E sabem o que mais? Não cobra um cêntimo.... YES!!!

(já está em preparação a fabricação de cópias: concertos de Quebec e de Liverpool - ambos deste ano - e Rock In Rio-Lisboa, "chaos and creation in abbey road" e ainda "Beatles 68", só para os que foram ao almoço. quem quer? um por cada, depois trocam...).

Ah! Já me esquecia, o novato, José Couto, esqueceu-se de pagar a conta, como estava previsto... outra decepção...

40 ANOS: NUNO CALDEIRA DA SILVA


Ao pedirem-me estas linhas disseram-me: ”Tu também gostavas dos Beatles, não era?”. Quase um insulto! Será que sou surdo, pensei? Será que estava em retiro nesses dias? Que nada era um elogio e aí eu descansei, reclinei-me e ouvi ”While My Guitar Gentley Weeps”.

Mas quando acabou, fiquei mudo, porque as palavras são silêncio. Então querem que eu escreva sobre o Álbum Branco. Mas como é possível?! Dizer banalidades, que é bom, que foi considerado uma das melhores peças da música “moderna” (terrível adjectivo), sei lá!

O Álbum Branco não é para ser falado é para ser ouvido. O que adianta falar dele se não o ouvimos, se não entendemos o que queriam dizer, o que estava em preparação na evolução dos Beatles. Antes foi Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. O psicadélico, a aventura, mas a união.

O Álbum Branco é a questão, são as perguntas, são as emoções individuais a sobressair. Era o momento em que começavam a questionar a continuidade como agrupamento. Os muitos anos juntos, as muito e longas tours, as presenças vibrantes vindas de fora, como Ono, já estavam a deixar as suas marcas. Esvaía-se essa imagem de unidade e de universalidade vista na capa de Sgt Peppers.

O Álbum Branco no vazio da sua luz e com a maioria dos trabalhos a ser conduzidos de uma forma individual mostra o futuro das vidas separadas.

Oito meses de trabalho, talvez um pouco descolado, deu à luz, prematuramente, mas já com os meses necessários, a primeira obra dupla da banda e também o primeiro duplo a atingir o topo de vendas no Reino Unido quase de imediato. Há quem diga que é um álbum de viragem do tipo de música pela sua descolagem do som psicadélico de Sgt Peppers e o prenúncio de novos sons a ouvir nos anos 70.

Pode ser que assim seja, mas, para mim, somente ouvinte e amante de música, é, não o álbum que mais me toca da banda, mas um trabalho marcante e cujos sons ainda estão nos meus ouvidos: “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.

Nuno Caldeira da Silva

Nuno Caldeira da Silva, 60 anos, Conselheiro Politico na Delegação da Comissão Europeia sediada em Banguecoque, Tailândia.Anterior Presidente da PT Internacional, ICL/Fujitsu Financial Services, ICL Portugal

40 ANOS: RUI PATO


É complicado contribuir para esta efeméride com um qualquer depoimento, porque só muito tarde descobri o valor musical dos Beatles, assim como o papel relevante que eles tiveram na mudança dos estilos musicais da época, até na mudança das mentalidades.

E porquê? Porque eu fiz parte daqueles que, na altura, desprezavam toda a cultura artística anglo-saxónica, virando-nos apenas para os que faziam da arte uma arma de contestação ao poder "imperialista", tal como os músicos e poetas franceses, italianos, espanhóis, cubanos e alguns poucos americanos.

Ensaiavam-se os primeiros passos da música de intervenção em confronto com o nacional cançonetismo, com o Zeca, o Cília o Adriano, o Sérgo Godinho,etc, etc.

O planeta estava repleto de injustiça social e de conflitos graves; estávamos no rescaldo da guerra civil espanhola, começara há pouco a guerra colonial, o Vietname, a Índia tinha-se revoltado contra os colonialismos, Fidel e Guevara eram os heróis da altura.

O aparecimento dos Beatles não foi apreciado nos primeiros tempos, já que aparentava, numa análise que então fazíamos, reconheço agora, preconceituosa e um pouco dogmática, ser um produto da cultura urbana de jovens ingleses sem qualquer preocupação social.

Só mais tarde, eu e todo esse "cluster" de músicos contestatários nos viémos a aperceber da verdadeira dimensão musical, também social e política, desses meninos de Liverpool.

Rui Pato

Rui Pato, 62 anos, médico pneumologista, foi o viola clássico dos primeiros tempos de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira. É hoje presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE.

40 ANOS: PEDRO DE FREITAS BRANCO


Antes de saber o que era o "Álbum Branco", já sabia cantar Ob-La-Di, Ob-La-Da". Verdade.

Está gravado em fita de bobine, guardada algures numa arrecadação. Tinha apenas 3 anos. A minha tia colocava o disco a rodar num pequeno Philips e eu cantarolava por cima. Tudo isto se passou em casa da minha avó. E enquanto esse prédio foi demolido há mais de uma década, o “Álbum Branco” parece resistir à erosão do tempo.

Posso afirmar que devorei o “Álbum Branco”. Anos a fio. De uma ponta a outra. Os quatro lados. De “Back In The USSR”, a “Good Night”. Durante a adolescência, sentia-me mais inclinado para o segundo disco. Onde se ouve “Birthday”, “Sexy Sadie” ou “Helter Skelter”.

O exemplar da minha tia foi usado e abusado. Recortei a montagem de fotos do poster grande para colar no caderno da escola, fixei os quatro Beatles na parede, levei os vinis para festas… posso afirmar, repito, que devorei o “Álbum Branco”.

Alguns críticos insistem na tese de que o “Álbum Branco” não deveria ter sido um LP duplo. Equívoco. Para mim, não. Já o tentei reduzir, em cassetes, e recentemente num CD. Porém, falta sempre uma canção. Aquela que não coube, mas devia caber. Por isso, a tese não tem cabimento.

Pensando no assunto, vejo que o “Álbum Branco” vive dentro de mim. Está presente no meu trabalho. “Marionetas”, uma canção que gravei na banda Pedro e os Apóstolos, baseia-se na construção harmónica de “Dear Prudence”. Outra canção da banda, “Mistério”, foi composta sob influência de “I Will”. Para não falar da novela policial que escrevi, “O Segredo dos Beatles” (2006, Editorial Presença), onde “Helter Skelter” assume protagonismo na narrativa…

Agora, oiço o “Álbum Branco”. Como se fosse a primeira vez. É possível. Há sempre novos sons, detalhes por descobrir. Grandes canções, pequenas canções, canções assim-assim, ou canções que nem isso são. Uma experiência única. Em vinil. E de preferência em mono.

Pedro de Freitas Branco

Pedro de Freitas Branco, 41 anos, músico, fundador da banda Pedro e os Apóstolos, vive no Rio de Janeiro, onde grava um disco a solo. Em parceria com António Avelar de Pinho, co-escreveu a colecção juvenil Super 4. É autor, também, de “A Vida em Stereo” (2004) e “O Segredo dos Beatles” (2006).

40 ANOS: "THE BEATLES"


Já tudo foi dito ou escrito sobre "The Beatles", vulgo "álbum branco", o único duplo álbum da história da música popular anglo-saxónica que alguma esteve classificado no Top de singles !!!!! (e não acredito que vá haver mais algum!).

Até o Vaticano celebrou os 40 anos!

Para sublinhar o pioneirismo do álbum, tentei coligir o que os Beatles fizeram primeiro, antes de todos (vide também "The Beatles", Paul Charles, Pocket Essentials, 2003):

Primeiros a ter um álbum classificado no top britânico de singles com “With The Beatles” (7º lugar em 1963)

Primeiros a conseguir um milhão de pré-encomendas de discos na Grã-Bretanha com “I Want To Hold Your Hand” (1963)

Primeiros a substituirem-se a si próprios no primeiro lugar do top britânico de singles com “I Want To Hold Your Hand” e “She Loves You” (1963)

Primeiros artistas britânicos a conquistar os Estados Unidos (1964)

Primeiros a ocupar os cinco primeiros lugares no top norte-americano com “Twist And Shout”, “Can’t Buy Me Love”, “She Loves You”, “I Want To Hold Your Hand” e “Please Please Me”, em Março de 1964

Primeiros artistas nos primeiros lugares simultâneos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos com “Can’t Buy Me Love” (1964)

Primeiro feedback da música em “I Feel Fine” (1964)

Primeira capa de álbum gatefold com “Beatles For Sale” (1964)

Primeiro fade-in numa canção em “Eight Days A Week” (1964)

Primeiros a usar guitarra wah-wah em “I Need You” (1965)

Primeiro grupo a actuar num estádio (She Stadium, Nova Iorque, 15 de Agosto de 1965)

Primeiro double A side com “Day Tripper/We Can Work It Out” (1965)

Primeiros artistas a realizar videos de promoção com “Day Tripper/We Can Work It Out” (1965)

Primeiro álbum sem o nome do artista na capa com “Rubber Soul” (1965) [não é verdade, ver Stones -1- Beatles -0-]

Primeiros a ser condecorados pela Raínha (MBE)

Primeiro instrumento indiano (cítara) na música pop em “Norwegian Wood” (1965)

Primeira gravação com backwards em “Tomorrow Never Knows” (1966)

Primeiros a desenvolver a utilizar ADT (Automatic Double Tracking) nas gravações

Primeiro grupo a usar o mellotron em “Strawberry Fields Forever” (1967)

Primeiro álbum conceptual com “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967)

Primeiro álbum com as letras impressas na capa em “Sgt Pepper’s” (1967)

Primeiro álbum com canções sem intervalo com “Sgt Pepper’s” (1967)

Primeiro álbum com extras (desenhos, etc) em “Sgt Pepper’s” (1967)

Primeira capa interior protectora do disco a cores em “Sgt Pepper’s” (1967)

Primeiro som inaudível para humanos em “Sgt. Pepper’s” (1967)

Primeiro álbum com loop no fim em “Sgt Pepper’s” (1967)

Primeira canção em directo para todo o Mundo via televisão com “All You Need Is Love” (25 de Junho de 1967)

Primeiro grupo a ter a sua própria loja (“The Apple Boutique”, 07 de Dezembro de 1967)

Primeiros artistas a editar um duplo EP com “Magical Mystery Tour” (1968)

Primeiro grupo com etiqueta própria (Apple, 1968)

Primeiro single com mais de 7 minutos com “Hey Jude” (1968)

Primeiro fade-out longo, de 4 minutos, em “Hey Jude” (1968)

Primeiro álbum duplo de grupo com "The Beatles" (1968)

Primeiro álbum com abertura superior com “The Beatles” (1968)

Primeira capa sem nome e sem artista com “Abbey Road” (1969)

Primeira faixa escondida com “Her Majesty” em “Abbey Road” (1969)

Primeiro grupo com livro com as letras das canções (“Illustrated Lyrics”, 1969)

Primeiro álbum com caixa e livro com “Let It Be” (1970)

Primeiros artistas com 12 consecutivos números um no top britânico de singles

Primeiros artistas com 11 consecutivos números um no top britânico de álbuns (aliás a totalidade da sua discografia oficial)

Primeiro grupo a separar-se!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CHARLES AZNAVOUR


BARCLAY - SP 25.004 - 1976

Mes Emmerdes - Mais C'Était Hier