terça-feira, 21 de outubro de 2008

RUI VELOSO


Cortesia de Fernando Baptista

23 comentários:

JC disse...

Algo que sempre me transcendeu e para mim inexplicável, o estatuto alcançado por Rui Veloso.

ié-ié disse...

Já somos dois!

LT

filhote disse...

Ai, ai, não vamos recomeçar a polémica Rui Veloso, pois não?

O meu pai, verdadeiro filho dos anos 60, também não percebe o estatuto alcançado pelos Rolling Stones...

... e apesar disso, foi ver os meus queridos "animais do antigamente" a Alvalade (2007) e confessou-se positivamente impressionado... o que não sentiria se os pudesse ter visto ao vivo em 1965?!?

JC disse...

Filhote:
Tb vi o Veloso como 1ª parte de Paul Simon. Mas não só não fiquei impressionado como confirmei a opinião negativa. Costumava chamar-lhe, para irritar os admiradores, o António Calvário do cavaquismo, assim uma espécie de cantor de regime!
Abraço

filhote disse...

O Rui Veloso já foi tema de aceso debate neste blogue. Por isso, quem quiser saber mais sobre a "nossa" opinião, que consulte os arquivos.

Outro abraço, JC.

daniel bacelar disse...

Meus queridos amigos
Acho que os temas se fizeram para serem discutidos e o tema Rui Veloso é subeijamente interessante para que se deixe de falar nele.
A minha opinião,vale o que vale mas continuo a achar que no meio de muita coisa má que apareceu no chamado novo Rock dod anos 80,apareceu muita coisa bôa que como de costume desapareceu (as pessoas têm de ganhar a sua vida por outros lados)e também apareceu o excepcional.
Incluo o Rui nesta última classe,pois acho-o um artista completo,(extraordinário guitarrista,uma voz expressiva e rica,e um compositor cheio de talento),
Não sei o que é que tem andado a fazer últimamente,o que lamento é a nossa capacidade tão portuguesa de destruir aquilo que é bom (a nossa inveja é uma doença que nos consome até á destruição total que aí vem em passo acelerado)em vêz de acarinhar e divulgar o que há de bom nesta terra apesar de ter a perfeita noção que é quase impossivel encontra-lo,a prova está nestes últimos 33 anos,para já não falar no resto.
Apesar da dificuldade em encontrar o BOM e a nossa tendência para acarinhar o MAU e o PIROSO,(que é para depois nos podermos evidenciar nas criticas doutorais)acho que não deviamos ter dúvidas em acarinhar o RARO BOM e neste caso o nosso RUI.
Ê Segundo ouvi dizer,ele e o TÉ chatearam-se!!!
ASNEIRA!!!!
o TÊ sempre foi o seu braço direito na composição e a prova está nas maravilhosas canções que ambos compuseram no passado.
Bem sei que "CASA ONDE NÃO HÁ PÃO TODOS RALHAM E NINGUÉM TEM RAZÃO" e isto aplica-se exactamente em sentido figurado ao RUI,a tanta gente com talento que se anda a perder "nesta coisa",e á situação em geral que toca a todos!!!!
SOLUÇAÕ????
Confesso que não vejo,e parafraseando o Saramago (de quem confesso não sou grande fan)
VEM AÍ O APOCALIPSE!!!!
Culpados????
TODOS NÓS!!!!
Nunca aprendemos a gostar uns dos outros.
Já lá dizia um saudoso amigo meu com imensa piada mas sentido critico:
OS PORTUGUESES SÃO UNS GAJOS PORREIROS,....NO ENTANTO UM BOCADINHO FILHOS DA P...
E eu acrescentava sempre!!!!
UM BOCADINHO????
XICO,se me estás a ver lá de cima,um grande abraço!!!

Jack Kerouac disse...

O Rui Veloso foi marcante na história da musica Portuguesa, apareceu na altura certa, e tem talento. Só não é o Pai do Rock Português, esse estatuto é que está mal atribuído. De resto acho que ele ganhou a importância que mereceu, e aqui discordo em parte do meu amigo Daniel, o Rui Veloso não foi destruído por ninguén, ele próprio é que entrou num processo auto-destrutivo. O Rui até é dos artistas que normalmente é bem recebido pela crítica e pelo público, atingiu já o o patamar de instituição. Penso eu de que...ev.

Anónimo disse...

1980-inicio do "boom"
1985-álbum Rui Veloso - a música portuguesa volta a ter o seu espaço
1990-o álbum "Mingo e Samurais" é dos discos portugueses mais vendidos de sempre e com dois primeiros singles muito marcantes.

Penso que são os três grandes marcos para o estatuto que alcançou.

--

A partir daí tem sabido gerir a carreira mais ou menos bem. A ligação de sempre com o Carlos Tê é uma coisa bonita de se ver.

daniel bacelar disse...

ORA AÍ ESTÁ!!!!
Assim é que é giro,opiniões diferentes sobre o mesmo tema.
Meu caro Paulo (jack)
Na realidade o nosso Rui segundo consta,deu alguns pontapés na sorte,momentos de desorientação,talvêz más companhias (esta vida de rock,n roll e vinho tinto é uma chatice)mas artisticamente não sofreu uma beliscadura ,só tenho pena do corte com o Carlos Tê (att amigo agst- isto dos pseudónimos é uma chatice)segundo consta motivado pelos direitos do personagem "chico fininho".
É a tal coisa,uma parceria e amizade de tantos anos ser beliscada trágicamente pelo vil metal!!!
Se calhar estou a ficar velho,mas para mim a amizade é algo sagrado,e á laia de desabafo,dêvo-lhes dizer que foi neste refúgio de "pensamentos livres" que são os blogs onde vim a encontrar bons amigos e algumas surpresas que me tocaram profundamente.
Claro que chamarem ao Rui "o pai do rock português" é mais um resultado do marketing da editora,tal e qual quando chamavam ao Vitor Gomes "o rei do rock" e ao Nelo "o rei do twist".
São as nossas acostumadas piroseiras e não termos a noção das nossas limitações
Nunca me posso jamais esquecer de duas frases que me marcaram para toda a vida e que para mim serviram de lição.
Uma foi dita por um conhecido produtor discográfico (á época ,claro)e que já não está entre nós:
Meu amigo,já não há circo nem dinheiro para palhaços!!!!
A outra foi dita pelo meu pai e uma única vez quando tinha 18 anos e em referência a uma "brilhantissima"???? carreira de Rocker que se me afigurava:
Olha Pá!!Trata mas é de estudar pois não és nenhum Pavarotti!!!!
Fôram duas frases marcantes!!!
Portanto há que ter a noção das realidades,não sonhar demasiado,olhar para trás e ver a situação (infelizmente!!!)aflitiva em que muita dessa gente vive.

JC disse...

Meus caros:
Disse que não sabia das razões do estatuto de Rui Veloso na música portuguesa. Pensando melhor, não é nada difícil. Rui Veloso beneficiou de um conjunto de factores mtº favorável, dos quais três são talvez a base. Apareceu numa altura de boom económico, cultural, social do Porto-cidade e foi por ele promovido. Dos intérpretes do chamado novo rock português é aquele que mais se aproxima daquilo que poderíamos chamar "música ligeira". Por último, as letras do Carlos Tê deram-lhe uma certa caução "intectual", que o tornou aceitável por sectores muito diversos. Estão aqui algumas razões. Claro que concordo é um razoável guitarrista de blues, mas isso foi marginal na sua carreira.

Anónimo disse...

O Rui Veloso acomodou-se tal como outros artistas da sua geração (Luís Represas, por ex.), mas tem algumas excelentes canções que falam por si

Exemplos: "A Gente não Lê", "A Ilha", "Logo que passe a Monção", "Saiu para a Rua", etc.

Curiosamente ele neste último até arriscou, apostando em novas sonoridades com maior influência africana, o que terá estranhado os fãs mais fieis e se traduzido num álbum com vendas abaixo da média da sua carreira

---

O disco aqui postado era um "double A-side" single

Um Café e Um Bagaço/Cinefelicidade (Single, EMI, 1981).

Anónimo disse...

para quem são saiba, o Carlos Tê chama-se Carlos Monteiro e a abreviatua Tê corresponde a "Tarado Musical"

Anónimo disse...

Errata:

Para quem não saiba, o Carlos Tê chama-se Carlos Monteiro e a abreviatura corresponde a "Tarado Musical"

JC disse...

O Represas acomodou-se? Para mim, sempre esteve acomodado!Mas o paralelismo com o Veloso não deixa de ser sintomático, embora ao pé do Represas Veloso até faça razoável figura.

Rato disse...

O que eu realmente acho inexplicável é a veleidade com que se critica certos artistas. Dizer-se mal de advogados, políticos, banqueiros, polícias ou eclesiásticos eu até compreendo, pois tratam-se de classes sociais que constantemente nos reprimem ou pelo menos nos tiram sempre qualquer coisa. Não é esse o caso da classe artística que, para mim, representa sempre o que de melhor existe em cada sociedade. Um País define-se essencialmente pela sua Cultura, seja em que campo for. O artista dá-nos aquilo que melhor sabe fazer, não nos tira nada nem muito menos nos reprime. Aceitarmos ou gostarmos dessa dávida já é outra história, mas isso não nos dá o direito ao insulto, ainda mais usando colegas de profissão. Chamar ao Rui Veloso o “António Calvário do cavaquismo ou uma espécie de cantor do regime” é, no mínimo, um sintoma de ignorância da obra do visado. Se o não for, então é pior ainda, é uma confissão pública de analfabetismo musical ou pura maledicência provocatória (como aliás o próprio maltês reconhece).
Obviamente que não me considero advogado de defesa do Rui Veloso, mas felizmente não padeço de surdez crónica ou simulada - o que me leva a considerar o Rui veloso, a par do Sérgio Godinho, os melhores intérpretes-compositores portugueses depois do desaparecimento do José Afonso. Em relação ao Sérgio o Rui terá a desvantagem de necessitar muitas vezes de uma muleta chamada Carlos Tê. Mas isso é compensado com o seu grande poder interpretativo. Rui Veloso seria sempre Rui Veloso, quer tivesse aparecido nos anos 60 ou nos anos 90. Não precisaria nunca de conjunturas favoráveis para se impôr. Bastar-lhe-ia, sempre e só, apenas a sua natural qualidade. Em mais de 20 anos en(cantou-nos) com muitas dezenas de canções, seguindo o exemplo do autor do “Primeiro Dia”. É por isso que tenciono, muito em breve, pôr à disposição no blog do Rato uma dupla coletânea dessas mesmas canções que se tornaram património nacional. Apenas para testemunhar algo que há muitos anos não precisa de ser provado.

Jack Kerouac disse...

O Rui Veloso seria sempre o mesmo, agora que a conjuntura em que apareceu foi determinante, isso é indiscutível. Para ele e para todos, se ele tivesse aparecido nos anos 60, teria certamente tido algum impacto, e a seguir tinha arranjado um emprego e hoje seria lembrado como alguém que noutro contexto teria feito carreira na música. Exemplos de artistas com tanta ou mais qualidade que ele, e que por terem surgido numa altura em que a música não permitia viver-se dela, são muitos. Acham por exemplo que os "Sheiks" tinham menos qualidade musical, á época, do que os Xutos ou os GNR ? Ou será que a conjuntura era outra ?

Rato disse...

Só me dás razão, Paulo, os temas dos Sheiks continuam a ouvir-se tão bem hoje como na altura em que foram editados. Se não houvesse qualidade hoje estavam completamente esquecidos.
"Produtos de marketing", tipo Tony Carreira, nem sempre dão frutos...

JC disse...

O Rato esqueceu-se de acrescentar os licenciados em economia, executivos, gestores, etc, como elementos repressores e que tiram algo á sociedade. Agradeço o esquecimento. Mas tb fiquei a saber que os artistas estão acima da crítica, algo que até hoje desconhecia. Resta que o Rato me explique o que entende por "verdadeiros artistas", qual lista de obras autorizadas, para eu me abster de críticas a esses ditos-cujos e enviar os outros para o index ou para a fogueira. Fiquei tb a saber, por isso, que os artistas estão incluídos na mesma categoria de Maomé, Hitler, Stalin,Jesus Cristo e assim sucessivamente, cuja crítica é considerada traição à pátria ou pecado com todas as suas consequências. Por mim, espero não sejam mtº gravosas. Mas que tal censurarem-me os comentários ou o "blog"? E se chamar ao Veloso "cantor de regime" ou António Calvário do cavaquismo é insulto, então o João Paulo Guerra nunca deveria ter inventado a expressão "nacional-cançonetismo", que tão bem definiu, de modo genérico (havia no dito "nacional-cançonetismo" algumas coisas aceitáveis), a música da ditadura, contra a qual lutávamos (alguns). Claro que estas expressões, pretendendo definir um conceito numa frase, são sempre um pouco redutoras, com um ou outro laivo de injustiça, mas quem é inteligente compreende perfeitamente o seu alcance.
Bom, passo por cima das comparações entre Veloso e Sérgio Godinho - embora isso me incomode são opiniões - bem como por essa história de um artista não ser influenciado pela conjuntura social e pela sua época: claro que o romantismo nada tem que ver com as revoluções burguesas do séc. XIX, o neo-realismo com o apogeu da URSS e a música dos anos 60 com a revolução social e de costumes da época!!! recomendo ao Rato umas leituras de História da arte e da cultura europeias, e espero ele não me leve a mal.
No hard feelings
JC aka analfabeto musical ou provocador (à fogueira, á fogueira o infiel)
Abraço

Rato disse...

Não misturemos "alhos com bogalhos", jc. É evidente que criticar é salutar e uma forma de nos sentirmos vivos. Se não fui muito claro no comentário acima ("Aceitarmos ou gostarmos dessa dávida já é outra história,"), então peço desculpa. Mas há críticas e há "críticas". Dois bons exemplos aqui, neste mesmo blog - leia-se o que o José Forte escreveu no post do "Bota-Fora" e compare-se com o que foi dito neste sobre o Rui Veloso. Só um cego é que não vê diferenças nas respectivas intenções...
E quando afirmei que o Rui Veloso teria sempre qualidade em qualquer época, nem sequer falei em "influências". É claro que somos todos influenciados, social ou politicamente. O que eu quis dizer é que a qualidade vem sempre ao de cima, independentemente das circunstâncias. Muitas vezes é apenas reconhecida tarde demais. Mas isso é outra história e felizmente não é o caso aqui.
Um abraço, também.
E, claro, no hard feelings!

daniel bacelar disse...

MALTA
ISTO ASSIM É QUE É GIRO!!!!!
A MALTA TÒDA Á BULHA E O RUI SE LER ISTO, A REBOLAR-SE A RIR.
Não é todos os dias que vemos o Maomé,Stalin,o Jota Cristo metidos á mistura, tendo faltado incluir o GOOBLES ministro da guerra do Adolfo,esse sim o seu verdadeiro Antonio Calvario que enquanto cantava a Oração (em alemão!!!..claro)mandava mais meia dúzia de judeus para a fogueira.
(eu também tenho cultura e conhecimentos!!que diabo!!)
Por isso agora vou-me dedicar a defender as causas do Marante,Duo Ele e Ela,e o grande ...ENORME Nel Monteiro ,o qual dedicou á minha "partenaire" há tempos a canção "Fernandita onde está tua cabecita"(claro que corri á Feira do Relógio onde conprei a Mini Cassete a preço Mini,para lhe oferecer)tudo isto anterior ao seu enorme sucesso "Salta-me p'ra cima"apresentado o mês passado no programa da manhã da SIC.
O mesmo onde o Duo Ele e Ela nos maravilhou com "O meu marido é côrno".
Meus amigos,isto é cultura,que se lixe o RUI O SÉRGIO os SHEIKS e quem mais vier!!!!
Tenho dito!!!

Daniel Bacelar

Rato disse...

Daniel, por favor, põe-me já essa mini cassete de parte, para quando eu voltar a tua casa. Ou então leva-me para o próximo almoço (a propósito, Luís, desta vez, e salvo erro, és tu a marcar, não és?), pois não quero perder isso por nada deste mundo. Só de ler o título, "Fernandita onde está tua cabecita" fiquei comovido. Ainda estou a limpar a lágrimazita ao canto do olho...

JC disse...

Daniel:
Já me fartei de rir c/ o teu post. Sentido de humor é coisa bem rara no mundo. Muito bem. Apenas um reparo: o Goebells era ministro da propaganda. Mas isso nada altera.
abraço

daniel bacelar disse...

Caro JC
É um prazer ver que não "afinaste" com a minha brincadeira.
Assim é que é "porreiro"os intervenientes neste Blog terem a liberdade de brincar e ninguém se ofender.
Tens toda a razão,a"pasta" do rapaz era a propaganda,as minhas desculpas,de qualquer maneira era tudo malta "porreirissima"!!!????

daniel bacelar