terça-feira, 21 de outubro de 2008

BOTA FORA


ORFEU STAT 030 - 1975

Pedro Soldado - Cordas - Capitão Ambrósio - Sachilemo - Bota Fora - MPLA - Independência - Viva A Guiné-Bissau Livre E Independente - A Nossa Homenagem

Comprei este LP de Júlio Pereira e de Carlos Cavalheiro em 1975 por 223$50 (€ 1,11). Tocou uma ou duas vezes.

No último fim de semana, antes de fechar o computador, vi que este LP já ia nos € 77 num leilão do Miau. Porquê?

12 comentários:

josé disse...

E eu é que não vi, senão...


Júlio Pereira é um grande músico português. Dois discos, pelo menos, merecem toda a atenção: Fernandinho vai ao vinho e Lisboémia.


E no entanto, comprei o Lisboémia, no mesmo dia em que comprei, Homenagem de José Almada.
Ouvi Lisboémia, ad nauseam. E raramente ouço, agora.

Ouvi Homenagem continuadamente, dezenas, talvez centenas de vezes. Ainda ontem ouvi.
Uma obsessão? Não: uma verificação de um grande disco.
Eu sei que sou minoritário, mas tenho razão...ahahahah!

Vão por mim.

PS. E não conheço este disco.
Rato: talvez, quem sabe, um dia, possa vir a ouvir em mp3, não?

josé disse...

E agora ando apanhado pelo som de Ah! Como te invejo. Do mesmo. Ouço vezes repetidas.

Rato disse...

Olha, José, por acaso já está (bem) digitalizado e tudo! Nunca o coloquei no blog porque sinceramente não é album muito do meu agrado, acho-o demasiado datado, tirando um ou outro tema.
Mas como aos amigos nada se recusa..., amanhã faço os respectivos scanners e depois lá ficará no blog do Rato à tua disposição e de outros possíveis interessados.

josé disse...

Pois fico penhorado pela consideração. Depois digo se gostei e porquê.

E já agora, alguém saberá dizer de quem é o tema do programa Terra a Terra que passa na Antena 1 ( ou será na TSF)?

É um tema fabuloso, único, com uma sonoridade original e de genial.

E não sei de quem é. Desconfio de Rão Kiao, mas parece-me pouco provável. Desconfio também, naturalmente, de Júlio Pereira.
É um tema em guitarra acústica modificada. Será dos Madredeus de Pedro Ayres Magalhães?

Rato disse...

A propósito, Luís, este scanner já está muito superior ao antecedente. Não há dúvida, aprendes depressa e bem! Só não é perfeito por causa do pequeno corte no Orfeu, em baixo do lado esquerdo.

Jack Kerouac disse...

Irra ! Oh Rato, tu és daqueles que nos cinemas estão sempre a desmascarar os efeitos especiais, e a dizer que o morto mexeu os olhos ? eheh

Rato disse...

Por alguma razão o nome "rato" foi escolhido. Nunca ouviste falar dos "ratos de biblioteca" que passam a vida a escarafunhar tudo, sempre à procura de sei lá o quê? Pois é, a ideia é mesma essa, só que aplicada aqui ao mundo dos discos.
No mundo do cinema, não, a atitude é precisamente a contrária - quero ser surpreendido pela magia e não por qualquer técnica de laboratório. Aliás, é precisamente esse o mal do cinema de hoje: muita técnica e pouca magia...

Rato disse...

A propósito, já fotografei as capas do "Bota-Fora" que mais logo irá estar disponível para todos os interessados.
Estive a ouvir o album enquanto "alindava a coisa" no Photoshop e, tirando o panfletarismo das letras, até que musicalmente ouve-se ainda muito bem. Enfim, vocês dirão da vossa justiça depois.

josé disse...

Está ouvido. Parece-me um bom disco, embora inferior aos dois que referi: Fernandinho vai ao vinho, de 1976 e Lisboémia, de 1978.

Ainda assim, as letras de comprometimento político-comunista, não enganam ninguém e sabem a nostalgia de uma época de luta...contra o comunismo.

As letras, de panfleto, adquirem uma sonoridade nas palavras inflamadas de canções revolucionárias que até se torna interessante como documento de época.

A música, é de boa cepa, com incursões acústicas, no estilo picking de Júlio Pereira, que nos dois discos seguintes, iriam dar largas à imaginação mais rica.

O tema introdutório, em órgão barroco, tem um som que hoje não se ouve, numa espécie de Bach ligeiro, a sair dos tubos da igreja de S. Vicente de Fora.

Cordas, é um tema salpicado a ritmo africano, em gravação sem samplings e que dá uma cor certa ao som, que lembra na segunda parte, a Banda do Casaco.

O capitão Ambrósio, é de tonalidade moderna, com lembrança do rock progressivo, misturado num ritmo a lembrar os Gentle Giant de boa memória.

Sachilemo, volta aos ritmos africanos, à moda das cantigas de José Afonso, com incursões de guitarra electrificada e em pedal wha-wha. Funky ligeiro, em rapsódia angolana.

Bota-Fora, com introdução pianística demorada nos segundos inciais, torna-se interessante e talvez o single do disco que nunca foi.
A guitarra acústica que se segue, arpeja na tonalidade que Júlio Pereira aprendeu a meter nos discos e que é um regalo, porque de acústica em cordas de metal e caixa country. Uma bela canção, no contexto do disco.

MPLA, como não podia deixar de ser, introduz-se a congas, mas vira logo para o órgão eléctrico tipo Farfisa, e ritmo europeu, tipo corrente.

Independência, é igual, mas a lembrar Sérgio Godinho, desse tempo, em parceria com o grupo dos irmãos Barreiros-
Outro single em potência, se passado suficientemente no rádio ( meia dúzia de vezes).

Guiné Bissau, a mesma introdução, a ritmo africano, para desviar ao fim de alguns segundos, para o funky das congas e órgão, numa quase chula.

A última, é uma pérola acústica, do género já referido, com pouco mais de um minuto de beleza simples, terminando num crescendo rítmico, para um final de disco bemc onseguido.

Em resumo:

Caro ié-ié, já vou na terceira audição e reafirmo que vale a pena reincidir neste disco.

Anónimo disse...

A propósito, o Vinil aqui apresentado está a leilão novamente no miau e ainda só vai nos 42 Euros...

:)

Anónimo disse...

A propósito, o Vinil aqui apresentado está a leilão novamente no miau e ainda só vai nos 42 Euros...

http://www.miau.pt/leiloes/leilao.jsp?offer_id=6786803

:)

Anónimo disse...

este disco já foi vendido por mais de 100 euros no miau...eu que sou vendedor,nunca o arranjei mas está bastante cotado pelos colecciondores do site.