domingo, 18 de maio de 2008

MPB


PHILIPS 425 673 PE

Este disco tem necessariamente outros marcos históricos a acompanhá-lo, mas em termos pessoais, marca o início do caminho da aprendizagem da nova música brasileira, foi o golpe de asa que exigiu que fosse à procura de outros sons, outras vozes.

Penso que o terei comprado em 1967 e passei à descoberta, lenta, muito lenta mesmo, de Chico Buarque, Milton Nascimento, Nara Leão, Caetano Veloso, Bethania, Gal Costa, Elis Regina, Edu Lobo, João Gilberto, Tom Jobim, um tal de Vinicius de Morais e mais umas tantas e uns tantos.

Motivos orçamentais e dificuldades várias em encontrar alguns destes lançaram para muito tarde a descoberta da MPB.

Assumida e calmamente terei de deixar escrito que, até este disco, que tinha da música brasileira, vinha dos discos que constituíam a discoteca do meu pai: Hebe Camargo, Miltinho, Agostinho dos Santos, Maysa Matarazzo, Ângela Maria, um tal de Ivon Curi e mais umas tantas e uns tantos. Não esquecerei nunca um 78 RPM, que entretanto se partiu, e que tocava imenso nos bailes carnavalescos lá da casa: “O Sanfoneiro Só Tocava Isso” cantado por Dircinha Baptista.

Outubro de 1967, Festival de Música Popular Brasileira da TV Record em São Paulo: Caetano Veloso, acompanhado pelos “Beat Boys”, Gilberto Gil com os “Mutantes” partem loiça no Festival. A multidão presente começou por não entender bem, ameaçou botar pateada, mas aderiu rapidamente.

As raízes do tropicalismo têm origens remotas mas talvez seja, com o Festival da MPB de 1966, que se pode considerar ser o marco relevante do Tropicalismo.

No lado 1, Edu Lobo canta a canção de sua autoria e de Capinam, “Ponteio”, 1ª classificada no concurso: parado no meio do mundo, sentir chegar o momento, quem me desse agora a viola para cantar e Gilberto Gil canta, de sua autoria, a canção que ficou em segundo lugar, “Domingo no Parque: Juliana com João, uma rosa e um sorvete de morango na mão, a roda gigante, tudo dando cabo do coração de José.

No lado 2 o “MPB 4” canta uma canção de Chico Buarque, Roda-Viva”, 3ª classificada: a gente quer ter voz activa no nosso destino mandar e o disco fecha com a 4ª classificada, em que Caetano Veloso, canta de sua autoria, “Alegria, Alegria”: caminhando contra o vento, um sol de quase Dezembro, Brigitte Bardot enchendo o dia de alegria e preguiça.

Colaboração de Gin-Tonic

3 comentários:

InimaGoncalves disse...

Você possui um disco que é um marco histórico, pois trata-se da realização do 3º Festival realizado pela TV Record. Seu valor está no aparecimento de tantos artistas conforme citado no seu artigo. Este festival concretizaria a formação do famoso movimento chamado "Tropicália" com Caetano Veloso, Gilberto Gil e os demais Baianos.
Inimá Gonçalves - Brasil

Augusto TM disse...

só faltou o link para que a gente possa baixar e ouvir, né não? :)

ié-ié disse...

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LT