domingo, 23 de maio de 2010

TERESA PAULA BRITO


MOVIEPLAY - SON 100.011 - 1971

Existem Pedras (Maria Teresa Horta/Nuno Filipe) - Poema Sobre A Recusa (Maria Teresa Horta/Nuno Filipe) - Meu Aceso Lume-Meu Amor (Maria Teresa Horta/Nuno Filipe)

Participações de José Cid, Luís Filipe, Tozé Brito e Victor Mamede, arranjos e direcção de Rui Ressurreição.

Se houvesse discos perfeitos este estaria a caminho.

É um trabalho da poetisa Maria Teresa Horta e do músico Nuno Filipe para a voz de Teresa Paula Brito, um excelente trabalho de colaboração entre escritores e músicos. Há outros bons exemplos. Hoje fala-se deste.

Neste país tão triste de esquecer gente, Teresa Paula Brito é uma das muitas vozes injustiçadas.

Deixou-nos em 2003. Discretamente, serenamente, como foi a sua vida de intérprete.

Trabalhou com Carlos Paredes e José Afonso, em 1967 representou Portugal no Festival Internacional de Música Popular em Cuba, em 1969 participou no Festival TV da Canção e em 1970 a Casa da Imprensa atribui-lhe o prémio de intérprete feminina, “pela justeza formal e pela criteriosa escolha do reportório”, como se pode ler na contra capa do disco.

Aí também se fica a saber que os poemas cantados por Teresa Paulo Brito fazem parte do nº 18 da colecção “Cadernos de Poesia” das Publicações D. Quixote, “Minha Senhora de Mim”, de Maria Teresa Horta.

Diga-se que esta Colecção de Poesia da D. Quixote teve um papel importantíssimo na divulgação de poetas portugueses. Nela poderemos encontrar, entre outros, Ruy Belo, Carlos de Oliveira, Alexandre O’ Neill, Armando da Silva Carvalho, David Mourão Ferreira.

No lado A, Teresa Paula Brito canta “Existem Pedras” E “Poema Sobre a Recusa” e no lado B “Meu Aceso Lume, Meu Amor”.

Os arranjos e a direcção pertencem a Rui Ressurreição, o som é de Jean-François Beaudet, foi gravado no Estúdio Polysom e teve a especial colaboração de José Cid, Luís Filipe, Tozé Brito e Victor Mamede. É uma produção da “Movieplay” com a data de 1971.

No seu tempo, este disco teve um excelente acolhimento, mas hoje muitos poucos saberão do que se está a falar. Mas está registado na memória da Música Popular Portuguesa.

Colaboração de Gin-Tonic

15 comentários:

bissaide disse...

Justa homenagem, sem dúvida, a uma excelente cantora e a um excelente disco. Falei dele já há uns tempos: http://bissaide.blogspot.com/2006/03/voz-esquecida-de-teresa-paula-brito.html

DANIEL BACELAR disse...

Olá HUGO!!!
Lá está o tal problema,não fazia a minima ideia que a Teresa já tinha falecido.
Ainda me lembro do duo que fêz com o Zé Duarte."THE STROLLERS" se não estou em erro.
O Zé Duarte era meu colega na TAP,e relembro com saudade aquela tertúlias no velho "REGIONAL"(restaurante situado no aeroporto da Portela)pois o pessoal quando estava de serviço no turno da noite,tentava despachar tudo o mais depressa possivel,para depois de despachar o avião para África,(cerca das duas da manhã),ficar livre até ás seis (saida do avião para o Porto)e ir para o dito restaurante cear e assistir ás "cegadas"que lá se passavam,visto que como tanto "O CANTINHO DOS ARTISTAS" como as outras boites fechavam cerca das duas da manhã,aquela "fauna"ia tôda desaguar ao "REGIONAL".
Não imaginas,a graça que aquilo tinha,com a mistura da "Lisbon by night" rasca (as pequenas de vida fácil e seus acompanhantes)e os filhos e filhas das melhores familias ,...tudo misturado.
Os policias já faziam parte da familia,e estou certo que a malta que curtiu a noite na década de 60 a 74 lembra-se disto tudo.
A Teresa,várias vezes compartilhou a nossa companhia r fôram momentos muito bem passados....

Blogger disse...

A TPB é alguma coisa ao Tozé Brito ?

E já agora o que é feito do Pedro Brito. Por acaso tenho ouvido muito o tema do "Zé Gato" da banda sonora da série da RTP

bissaide disse...

A Teresa Paula Brito não tinha nenhuma ligação familiar ao Tozé Brito, pelo menos que eu saiba.

O Pedro Brito surgiu de novo no meio musical português em 2006, com o projecto "Novo Canto Português": http://novocantoportugues.blogspot.com/

Anónimo disse...

Olá!
desculpam a intromissão, mas sou/era familiar da TPB e deu-me para procurá-la na net e aqui estou muito satisfeito por ver que a sua memória não desapareceu.
(A propósito ela não era nada ao Tozé brito, que eu saiba. Era, sim, irmã do muito interessante Ant. José Paula Brito, Prof. Univ. de Psicologia do Desporto.)
Fui encontrar a TPB na Wiki mas não vejo lá referido um "single" editado pelo Mov. Democrático Feminino (se não estou em erro, com o título de "Mulheres Guerrilheiras", editado logo a seguir ao 25 Abril, como se vê pelo título) em que a Teresa canta.
Obrigado por a recordarem.
Paulo M

Anónimo disse...

lá está o bissaide a impingir nos o seu site mais do que morto

josé disse...

Boa lembrança. "Meu aceso lume, meu amor" é uma das canções belíssimas que recordo deste disco (e que julgo não conhecer mais).

Há anos e anos que não me lembrava.

Será que aparece na "enciclopédia"?

Anónimo disse...

a teresa!é bom vê-la aqui novamente!e aqui sim, como deve ser recordada. no seu auge e num dos discos mais originais da discografia portuguesa. obrigado

Anónimo disse...

e uma pequena nota, o livro faz parte sim da coleção Nova Visão, da Editorial Futura. de 1973 se não me engano. lembro me bem que tem uma capa "ousada"...

JC disse...

Não sou grande fã da chamada canção de texto, embora não a meta toda no mesmo saco. Costumo mesmo dizer que toda a canção de texto junta teve menor influência social do que qualquer banda rock de garagem. Exagero meu, sei. Pior quando se trata de musicar poetas reconhecidos, cuja poesia tem existência e músicas próprias. Se forem ver, são mtº poucos os casos completamente bem sucedidos. Claro que, aqui e ali, ajuda na divulgação da poesia e de poetas: Gedeão seria menos conhecido sem Manuel Freire, mas a canção e interpretação deixam mtº a desejar. Radicalmente, quando falta inspiração vai-se à poesia buscar uma caução cultural para embasbacar os tolos. Posto isto, a TPB interpretava bem, mas prefiro-a nos Strollers.

Anónimo disse...

caro jc, concordo com o que diz que a poesia tem musica propria mas no caso das musicas da teresa paula brito/nuno filipe estas eram compostas em conjunto com a maria teresa horta. a poetisa trabalhava a musicalidade com eles e rescrevia poemas se fosse caso.

e continuando a falar da teresa ha que fazer referencia às também esquecidas versoes que fez do jose afonso

JC disse...

Thanks, caro anónimo. Sempre melhora um pouco as coisas.

Camilo disse...

Ah!!!!!! DANIEL!!!
Bem vindo sejas!!!

Camilo disse...

Este título fez-me lembrar aquele...
"Senhora Dona da boina" (hops!)...

filhote disse...

A voz da Teresa Paula Brito apenas a conheço do meu disco dos Strollers, de que sempre gostei.

Vergonha. Amigo Gin-Tonic, será muita maçada se te pedir uma audição deste disco aquando da minha próxima estadia em Lisboa? Se a experiência sonora for acompanhada de pão e vinho (e tremoços!), melhor ainda.