sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"A PIOR GRAVAÇÃO DE 1967"


PYE PNV 24185 - 1967

"Chegámos à altura de dar lugar à pior gravação do ano que passou, 1967.

"Escolha de certo modo facilitada. Ao contrário do que sucedeu o ano passado com "Strangers In The Night", em que a pessoa de Sinatra não estava evidentemente em causa, desta vez o elemento-pessoa do intérprete foi um facto determinante.

"A gravação que escolhemos identifica-se integralmente com os propósitos dos seus criadores em buscar o gosto deseducado e rudimentar de um público que ainda é, infelizmente, maioritário, que se satisfaz com divertimentos medíocres.

"O êxito comercial da gravação escolhida representa um estigma desafortunadamente ainda poderoso, num contexto que nós desejaríamos ver saudavelmente dominado pelo mérito e pela qualidade apenas.

"Na gravação que escolhemos é tudo óbvio, tudo embalagem, tudo postiço. É um grotesco musical, que tem de ser definitivamente banido em Inglaterra e em todo o Mundo.

"A pior gravação de 1967 é, como não podia deixar de ser, "Puppet On a String", de Sandie Shaw".

In Em Órbita, Rádio Club Português, 31 de Dezembro de 1967

Muito provavelmente, exultei, na áltura, com esta crítica do "Em Órbita", hoje não sou tão cáustico!

E trago isto hoje à colação porque comprei hoje esta edição francesa no Cash Converters, de Benfica, apenas por 17,5 cêntimos.

Só mesmo por isso (e já repararam na carinha laroca de Sandie Shaw?).

O Conjunto de Walter Behrend fez uma versão em português de "Puppet On A String", a que deu o título de "Boneco".

No EP - Alvorada AEP 60.948 - encontra-se ainda "Leave Me", "I Want And I Need You" (da autoria de Luís Pinto Freitas, um Clave) e uma versão de "This Is My Song".

14 comentários:

Rato disse...

Em 1º lugar, "Puppet On A String" superou estoicamente o teste do tempo e ouve-se ainda hoje com agrado e com o pézinho a dar a dar. Teve ao longo dos anos muitas dezenas (senão alguma centena) de versões em variadissimas línguas do planeta (quase que me apetecia fazer um CD inteirinho com parte delas), o que, à semelhança da maioria dos casos amorosos, só se faz com músicas que deêm gozo. Depois, os amigos do Rato são gente de confiança. Bem sei que a votação só termina na segunda-feira, mas no meio de 237 canções já aceites ela lá está, toda airosa, a ocupar o 53º lugar. E a escassos 19 pontos do "Paper Sun" dos Traffic que ocupa presentemente o 40º lugar. Tudo é portanto ainda possível.
Em 2º lugar: que é isso do "Cash Converters"? Logo hoje que bati com o nariz na porta da Discoleção gostava de saber onde é que isso fica, para ter mais uma alternativa ao preguiçoso do Vítor Nunes.
Ah, mas a ida ao Chiado rendeu entre outros um fruto há muito apetecido: o 1º EP do Conjunto Académico João Paulo, e novinho novinho em folha, sem etiquetas, sem escritos, sem nada, só a capinha muito branquinha, com o Henrique Mendes no verso e a rodelazita negra lá dentro a brilhar (20 euros na loja do vinil dos Nuggets, que saquei da algibeira com o maior dos prazeres)

Rato disse...

Espera aí, ó Luís! O "Cash Converters" não é uma lojeca que existe ali em frente à MAKRO de Alfragide e que tem lá dentro um pouco de tudo? Se é isso (acho que sim, ou então tem um nome muito parecido), conheço muito bem. Ainda hoje só lá não fui porque já vinha "aviado" de Lisboa. Ah se eu adivinhasse que lá estava esse EP da Shandoca...

filhote disse...

Não é o "Cash Converter"! São os "Cash Converters"! É uma franquia. Só na área metropolitana de Lisboa existe um manancial deles...

Aqueles onde desencantei melhores discos foi no do Cais do Sodré (quase no final da rua de São Paulo), no de Odivelas (logo à entrada do lado esquerdo), e no da Amadora (junto ao CComercial onde ficava a Carbono).

E melhor que os "Cash", é o Emaús em Caneças... conhecem???

ié-ié disse...

Como disse o Pedro, há vários Cash Converters. Eu fui ao de Benfica, perto do LIDL. Mas aquilo é muito deprimente. Passei lá, por acaso, e entrei. Mas é uma dôr de alma estar a ver aqueles discos. Estragadíssimos, não prestam para nada, mas fizeram a felicidade de alguém que se viu agora, por necessidade, obrigado a desfazer-se deles. Muito deprimente! Estou lá o menos tempo possível. Há milhares de discos, mas praticamente nada de interessante. Vive-me aflito para arranjar 10 para trazer por metade do preço (até trouxe 2 sem disco, só por causa da capa).

LT

Rato disse...

Olha que naquele em frente à MAKRO a coisa não é bem assim. Por norma não existem muitos discos apetecíveis mas já lá tenho encontrado autênticas relíquias. Um exemplo recente é este "Club International 2" que está no blog e que deverás baixar, se é que ainda o não fizeste. Custou-me exactamente 75 cêntimos e como o disco não aparentava grande saúde, foi quase com vergonha que o entreguei ao nosso nobre de Oeiras. Grande surpresa, quando outro dia lá fui buscá-lo: o som ficou uma pequena maravilha. Ouve e comprova, se fazes o favor!

ié-ié disse...

Fui lá agora, ao Converters perto da Makro, e trouxe um "Top of The Pops" que me faltava. Já tenho 20!

LT

ié-ié disse...

Ah! Ah! Ah! Vi agora que por dentro da capa do "Top Of The Pops" está um álbum dos Everly Brothers, "It's Everly Time", de 1960.

LT

filhote disse...

Só há "palhuça" nos Cash Converters por que os "tubarões" do vinil papam as "malhas" todas.

Há meia-dúzia de dílares que têm primazia sobre os lotes oferecidos (antes de serem expostos na loja). Sempre foi assim. Um escândalo!

Anónimo disse...

Porquê a pior gravação do ano 1967 ?

ié-ié disse...

No post está a opinião do "Em Órbita", caro anónimo.

LT

Nuno Lourenço disse...

Boas, é primeira vez que participo neste blog. Antes de mais quero dar os parabéns pelo blog, que considero bastante interessante para os amantes de música em geral e do vinil em particular.
Ao ler os comentários a este post, reparei num em especial, escrito pelo Rato, no qual se refere a um suposto reparador/recuperador de discos de vinil em mau estado, ao qual chama "nobre de Oeiras". Gostaria de saber, caso a minha suposição esteja certa, se seria possivel deixarem aqui o contacto desse senhor "nobre de Oeiras" para futuros interessados.
Desde já o meu obrigado, e um bem haja a todos.

ié-ié disse...

Eis o contacto do nosso querido "nobre de Oeiras" (não era este o título original, mas OK):

http://www.vinilparacd.com/

LT

Anónimo disse...

Alguém me sabe indicar quais os melhores de 1967 de acordo com o programa "Em Órbita"? E os textos lidos?

ié-ié disse...

também eu gostava de saber...

LPA