sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ANÚNCIO (06)


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ANÚNCIO (04)


QUE É FEITO DE JOSÉ ALMADA?


ZIP-ZIP - ZIP 10.008/E - 1970

Hóspede - Vento Suão - Anda Madraço - Mendigo

Andamos todos à procura de José Almada. Qualquer informação é bem vinda!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ó PASTOR QUE CHORAS


PHILIPS - 369 008 - 1970

África (Fausto) - Ó Pastor Que Choras (José Gomes Ferreira/Fausto)

A mais bela versão do não menos belo poema de José Gomes Ferreira.

Também há versões de Tonicha, José Almada, Né Ladeiras e Mário Piçarra, que lhe deu o nome de "Pastoral".

Fausto nunca quis reeditar a sua versão, que só existe em vinil.

Este disco foi proibido antes do 25 de Abril, as duas canções!

JÁ OS TENHO!!!!



Valentim de Carvalho/Som Livre VSL 1197-2 - 2007

Estou ainda em estado de choque! E já tenho uns 60 anitos!

É nestas ocasiões que tenho orgulho em ser amigo de pessoas como Jorge Mourinha e Miguel Cadete! Que belas edições! É das poucas vezes que não nos envergonhamos da nossa indústria discográfica!

Estou com pressa e, por isso, só ainda abri os Sheiks.

Começo pela capa: não é a mais óbvia, mas é a mais "beatle". Por alguma razão os Sheiks são conhecidos como os "Beatles portugueses".

O CD propriamente dito tem a imagem de um vinil. Nem acredito que estou perante um produto português, feito por portugueses. Mais me parece uma edição da Magic Records, da RPM, da RevOla, sei lá.

O autocolante que fecha o digipack é o (brilhante) logotipo da Do Tempo Do Vinil que pode ser guardado, desde que tirado com o devido respeito. E cuidado para não rasgar a capa!

Parabéns, Som Livre!

Como a lombada é que importa, a colectânea chama-se "Missing You". São 76' 04'' de música dos Sheiks com qualidade ultra em 32 faixas.

Como não há bela sem senão, parece-me que a ilustração da discografia dos Sheiks poderia ser mais cuidada.

Como quer que seja, há ocasiões em que sinto orgulho em ser português: esta é uma delas!

GEORGE HARRISON MORREU HÁ SEIS ANOS


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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

BEATLEMANIA


Aproveitando o chamado "dia do aderente" (a FNAC inventa sempre umas coisas para sacar mais algum), dei conta desta colectânea que inclui duas ou três coisas deveras interessantes, pelo exotismo e raridade, como uma versão de "(Just Like) Starting Over", por Tom Jones, "Mr. Moonlight", pelos Merseybeats, e "World Without Love", por Gerry and the Pacemakers.

PARABÉNS, MR. NEIL YOUNG


Já o disse aqui, Neil Young está no meu Top 5.

Enquanto esperamos pelas sua prometidas memórias, cá nos vamos entretendo com pequenas pérolas que vai editando. Esta é, seguramente, uma delas!

Viva, Neil Young!

CAFÉ CRÈME


CAFÉ CRÈME - EMI 8E 006 99597 G - edição portuguesa (1977)

STARS ON 45


STARS ON 45 - CNR 501203 - data?

CONJUNTO ACADÉMICO OS ATLAS


Há pouco tempo recebi um email da viúva de Tozé, baterista do Conjunto Académico Os Atlas, solicitando-me que escrevesse sobre o grupo.

Respondi-lhe lamentando a minha ignorância, que não conhecia os Atlas, mas que estava disposto a referenciar o grupo se me disponibilizasse informação sobre a banda.

Ainda estou à espera.

Entretanto, ao introduzir na minha base de dados um EP recentemente adquirido - na circunstância um de Trini Lopez - dei conta que na contracapa está escrito Conjunto Académico Os Atlas e uma série de assinaturas que não sei se são do grupo.

Há bruxas, não há?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

BEATLES E SYLVIE VARTAN


Sem palavras! Salut Les Copains!

ISTO SIM!

Terminou a edição, em 7 volumes, da obra de Adriano Correia de Oliveira, um notável serviço cultural prestado pelo jornal Público.

As multinacionais discográficas deviam pôr os olhos nestas edições quando, pelo menos, de artistas portugueses se trata.

E que dizer desta bela fotografia de José Niza, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira de capa e batina? Eu, que sou de Coimbra,...

FAUSTO BORDALO DIAS



S ONY/BMG - 88697211622 - 2007

CD 1

Foi Por Ela - Namoro - Rosalinda - Já Foste Linda Rosa - A Ouro e Prata - Porque Me Olhas Assim - Em Poucas Palavras - Corações Sentidos Corações - Todo Este Céu

CD 2

E Tão Só O Verde Dos Teus Olhos - A Explicação das Flores - Eu Tenho Um Fraquinho Por Ti - Apenas - Carta de Paris - Porque Não Me Vês - Um Outro Olhar Sobre Caxias - A Tua Presença - O Que A Vida Me Deu - Carta de um Contratado

Acaba de ser editada uma dupla colectânea de Fausto com o título "18 Canções de Amor e Mais Uma de Ressentido Protesto" (é mesmo um título à Fausto).

Trata-se de uma edição em digipack, com as letras das canções, mas sem qualquer informação-extra sobre cada uma delas.

É pena!

UM MINYON DOS BEATLES


Já que falei da primeira edição russa dos Beatles, deixem-me falar-lhes também de uma outra edição russa do quarteto de Liverpool.

Desta feita, trata-se de um minyon, ou seja, um EP que roda a 33 rotações. É de 1974 e inclui "Across The Universe" e "I Me Mine", no lado A, e "Let It Be", no lado B.

A etiqueta diz:

Ministério da Cultura da URSS
Melodiya
Companhia Discográfica
Fábrica de Leninegrad

Beatles

Grupo vocal-instrumental

REGIME CONTRA CLUBES DE FÃS

Como se sabe, nos anos 60, durante o regime ditatorial, estava seriamente vedado aos cidadãos o direito de associação (entre outros direitos).

A liberdade de as pessoas se constituirem em grupos/associações era fortemente condicionada pelas autoridades.

Em Portugal, não havia propriamente clubes de fãs organizados por artistas. Então, alguém - provavelmente uma revista - lembrou-se de criar um "Clube dos Fans dos Jovens Artistas" que, embora sob a égide de Madalena Inglésias, pudesse abranger outros artistas.

Eu inscrevi-me no clube para poder aceder - ingenuidade minha - a informações sobre os Beatles. Não me lembro de alguma vez ter usufruído desta situação.

Até porque até este pseudo-Clube de Fãs teve vida efémera. As autoridades criaram dificuldades tais que a associação teve de ser extinta.

Vaticinava o Diário Popular de 16 de Agosto de 1966:

Estarão os clubes de fãs condenados a desaparecer em Portugal?

Curioso movimento de adolescentes que lançou raízes e frutificou rapidamente além-fronteiras, os clube de fãs parecem não encontrar no nosso país o campo suficientemente fecundo para lançar as suas sementes, até, talvez, por falta de cultores entusiastas.

Mas, afinal, que se passa?

A explicação é simples: há alguns anos começaram a surgir entre nós fomentados por uma tímida corrente de jovens, pequenos agrupamentos de admiradores de determinados nomes mais em voga, que passaram a usar o título de clube de fãs, resumindo-se a sua actividade à execução do expediente do artista que representavam e a encontros de confraternização.

A maioria desses clubes não possuía uma sede própria, realizando os seus convívios nos domicílios familiares.

Entenderam porém as autoridades competentes que a utilização do designativo "clube de fãs" era ilegal, desde que o mesmo não pertencesse a uma colectividade adquadamente organizada, com os seus estatutos oficializados, sujeita portanto a todas as demais formalidades burocráticas usualmente necessárias.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A PRIMEIRA EDIÇÃO SOVIÉTICA DOS BEATLES


Este é o LP soviético de 10 polegadas que incluiu os Beatles pela primeira vez na URSS, em 1967.

Trata-se de uma colectânea da Melodiya com 10 canções. "Girl" foi a canção escolhida dos Beatles.

O disco está todo em russo pelo que não consigo ser mais prestável, a não ser que a colectânea tem também "Puppet On A String", de Sandie Shaw, uma versão italiana de "Always Something There To Remind Me", "Something Stupid", de Frank e Nancy Sinatra.

Curiosamente, os intervalos entre cada canção são preenchidos por acordes de piano, tipo piano-bar.

BLOG SEGUE DENTRO DE MOMENTOS


Tenho um desarranjo no PC que me está a impedir de exercer o meu mister aqui no blog.

Querem acreditar que o único site a que consigo aceder é o da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos? Juro que é verdade!

Acho que aqui anda mãozinha de José Sócrates.

Estou à espera do sr. Vítor para me resolver este problema (não o do Sócrates, não o dos Impostos, mas o do computador). Talvez logo à noite.

See you!

domingo, 25 de novembro de 2007

CLAVES, CAMPEÕES DO YÉ-YÉ


Como se sabe, os Claves foram os grandes vencedores do Concurso de Yé-Yé organizado pelo Movimento Nacional Feminino, com o apoio do jornal "O Século", no Teatro Monumental, em Lisboa, em 1965 e 1966.

A grande e polémica final realizou-se no dia 30 de Abril de 1966, com os seguintes resultados:

1 - Claves (Lisboa) - 55 pontos
2 - Rocks (Angola) - 45 pontos
3 - Night Stars (Moçambique) - 39,5 pontos
4 - Jets (Lisboa) - 35 pontos
5 - Ekos (Lisboa) - 29,5 pontos
6 - Chinchilas (Carcavelos) - 29 pontos
7 - Espaciais (Porto) - 18 pontos
8 - Tubarões (Viseu) - 18 pontos

Para chegar ao lugar cimeiro do podium, os Claves, que então se chamavam Saints, eliminaram os Sombras da Parede (Parede), Bárbaros (Arcos de Valdevez), os Blusões Negros (Vila Nova de Gaia) e os Cometas (Beja), na 12ª eliminatória, realizada no dia 13 de Novembro de 1965, mas ficaram abaixo dos Espaciais (Porto), em termos de pontuação - 34,5 contra 36,5.

Conseguiram vencer a 2ª meia-final, no dia 15 de Janeiro de 1966, batendo os Jets (Lisboa), Tubarões (Viseu), Cometas Negros (Castelo Branco), Kímicos (Lisboa) e Boys (Coimbra).

Para a final, os Saints mudaram a sua designação para a mais bem portuguesa de Claves.

Quem eram então os Claves?

José Jervis de Athouguia - é o elemento mais recente do grupo. Toca bateria e piano (fora da banda). Nunca aprendeu música, tocando por intuição. Tem 18 anos, nasceu em Cascais e vive em Lisboa. Não gosta de música yé-yé que acha muito ruidosa, prefere a pop-música, que é mais melodiosa. Não gosta de cinema, nem de teatro, mas gosta de dormir. Pratica hipismo, automobilismo e carrinhos eléctricos. Estuda, mas não tem projectos. Admira o Thilo's Combo, João Ferreira Rosa e Beach Boys.

Luís Pinto de Freitas - viola-solo. É natural de Lisboa e tem 20 anos. É estudante e pensa tirar um curso de direcção administrativa. Lê, vai ao cinema e ao teatro. Dedica quase todo o tempo livre à música, embora nunca tenha estudado e toque por intuição. Admira o Thilo's Combo, Teresa Tarouca e os Beatles.

João Valeriano - tem 19 anos, é natural de Goa e vive em Lisboa há 5 anos. Há 2 anos e meio aprendeu viola-baixo, instrumento que toca no conjunto. Também toca viola clássica. Acha que a música yé-yé está a trilhar bons caminhos, "basta ver a evolução dos discos dos Beatles". Também é estudante e pensa seguir Engenharia. Vai ao cinema de vez em quando, gosta de ler livros sobre a II Grande Guerra e pratica basquete. Não namora, nem lhe falem em casamento, por enquanto! Admira o Thilo's Combo e o trio Odemira. Gosta dos Beatles, de algumas composições dos Byrds e da música de Oscar Peterson.

João Ferreira da Costa - é de Lisboa e vive em Lisboa. Tem só 18 anos, mas anda sempre muito ocupado. Além de tocar órgão electrónico, está a tirar o 6º ano de piano do Conservatório. É estudante (pensa seguir Económicas), pratica futebol, esqui aquático, hipismo e é criador de chinchilas. No teatro gosta de revista e comédia, no cinema gosta de suspense. Admira o Sporting (o pai foi campeão de atletismo). Acha a música yé-yé barulhenta que se fosse mais harmoniosa teria mais adeptos. Admira o Thilo's Combo, os Beatles e a música moderna brasileira. Como todos os outros elementos, não pensa ainda em casar.

Luís de Freitas Branco - é filho de João de Freitas Branco, tendo, portanto, ligado ao seu nome louros honrosos no campo da música. Nasceu em Lisboa, vive em Lisboa, tem 19 anos. Em pequeno, aprendeu piano e violino, mas esqueceu esses conhecimentos. Hoje, toca viola-acompanhamento por intuição. Foi ele o fundador do conjunto, há cerca de um ano. Eram apenas três elementos, dos quais além dele está presente João Valeriano, visto que o baterista Alexandre Corte Real se ausentou para o estrangeiro. Tinham por nome The Saints por aliarem ao conjunto a figura de que é símbolo "O Santo". Foi o técnico de gravação da "23ª Hora", Moreno Pinto, que lhes sugeriu o nome de Claves. Luís de Freitas Branco estuda, quer continuar a tocar (a música yé-yé está em franco progresso) e tem uma vaga aspiração de vir talvez a ser engenheiro. Não gosta de cinema nem de teatro. Não namora nem pensa em casar, por enquanto. No panorama artístico português admira o Thilo's Combo e no estrangeiro os Beatles, os "pais de todos".

João Bragança - tem 18 anos, é natural do Porto, viveu 11 anos em Moçambique e presentemente mora em Lisboa. Andou no Colégio Militar e pensa tirar Económicas. A sua actuação não é no palco, mas fora dele - está encarregado das relações públicas e da publicidade.

Os Claves editaram dois EPs, um para a Marfer ("Keep On Running", "Where Have All The Good Times Gone", "Fare Thee Well", "Crer"), outro para a Alvorada, "California Dreaming", "Somebody Help Me", "Daydream", "Sha La La Lee".

(Fontes: O Século, Diário Popular, Flama e Rádio & Televisão)

HÁ COISAS DO OUTRO MUNDO!


Navegando pelo eBay, dei de trombas com o livro "Beatles em Portugal", de Luís Pinheiro de Almeida e Teresa Lage, autografado pelos autores, numa conhecida e afamada cadeia de lojas britânicas, em Manchester.

"Hard To Find Portuguese Publication. Assirio & Alvim" - ah! ah! ah!

Retirei esta imagem da própria informação do leilão.

Sendo difícil de acreditar como este livro chegou a Manchester, não deixa de ter a sua piada.

Quando fôr grande, também quero ter uma coisa minha no eBay!

MAGIC RECORDS


O meu leitor Muleta - que não conheço - lembrou - e bem - uma das mais fantásticas lojas de discos online.

Trata-se da Magic Records, onde é (muito) fácil perder a cabeça.

QUE DIZER?

Já que Antoine parece ser tão popular por estas paragens, vejam lá este belo naco de prosa do "Diário Popular" de 06 de Maio de 1966.

Para não darem cabo dos olhos, eu transcrevo:

"É quase da praxe: lá fora um cançonetista para se impôr ao público jovem precisa essencialmente... de usar horrenda cabeleira! Este, o atributo primordial. Os restantes méritos, com efeito, afiguram-se pura questão subsidiária.

"Não sabemos se tal se verifica com o novo ídolo da mocidade gaulesa - Antoine.

"De incrível cabeleira e usando camisas floridas, ganha adeptos com "Les Elucubrations d'Antoine" e "La Guerre", trechos que as estatísticas colocam nos lugares cimeiros da venda.

"Ora, prezado leitor: já reparou bem na "vedeta"? Exotismos modernos... valendo-nos a circunstância de todas as modas serem efémeras".

JOSÉ CID, SEMPRE!

Registo de interesses: sou super-fã de José Cid! Considero-o mesmo o "McCartney português". Doa a quem doer!

Segunda nota interessante: foi a primeira vez que assisti a um concerto no nóvel Campo Pequeno (Lisboa). Fantástico! A excelente acústica do espaço atira o Pavilhão Atlântico para a sarjeta!

Dito isto, José Cid protagonizou neste sábado á noite um espectáculo que nem português parecia. Profissional, muito profissional, sem mácula.

José Cid - honra lhe seja feita - teve também consciência da massa de público que tinha pela frente e não descambou para o pimba, como às vezes lhe ocorre.

Com 65 anos, tem energia qb e voz ainda muitíssimo bem colocada. As canções falam por si. Aos primeiros acordes eram imediatamente reconhecidas e bailadas na arena e nas bancadas.

Um dos pontos altos da noite, ocorreu quando Tozé Brito e Michel subiram ao palco e logo se juntou uma das formações mais fantásticas da música popular portuguesa, o Quarteto 1111.

Pena que só tivessem tocado três canções, entre as quais a magnífica "Lenda de El-Rei D. Sebastião".

Ao longo de duas horas, José Cid reiventou a banda sonora das vidas das pessoas que tinha pela frente e as pessoas que tinha pela frente não regatearam o seu agradecimento.

Viva José Cid!

sábado, 24 de novembro de 2007

LET IT BE


"Let It Be", o derradeiro álbum dos Beatles, teve duas edições na altura, em 1970, e uma edição espúria em 2003 com o título "Let It Be... Naked".

Primeiro, a 08 de Maio de 1970, saiu com um formato inédito, invulgar, que consistia no disco propriamente dito, com capa, dentro de uma caixa com o mesmo formato e capa do LP e um livro de fotografias de Ethan Russell, "Get Back", nada meigo em termos de peso (PCS 1 e/ou P-PCS 1).

Os compêndios falam nestes números de catálogo (ou então também PXS-1), mas confesso que não o consigo descortinar na minha caixa.

Convenhamos que era (e é) um castigo abrir a caixa, tirar o LP e ouvi-lo. Por isso, há 37 anos que tenho o LP e o livro fora do seu habitat.

A caixa apareceu, importada, no mercado português, com a etiqueta Parlophone (silver) e custa hoje uma pequena fortuna - a última cotação que vi foi 2.160 euros em Dezembro de 2003 (Record Collector).

Originalmente, custava £2 19s 11d. Os britânicos protestaram contra o preço alto.

Seis meses mais tarde, a 06 de Novembro, o LP divorciou-se da caixa e foi vendido isoladamente (PCS 7096 e/ou P-PCS 7096), ao contrário do livro que permaneceu na caixa, entretanto desaparecida.

Na altura, obviamente que ninguém imaginava o valor que viria a ter, pelo que muita caixa - por esse Mundo fora - foi atirada para o lixo, já que era efectivamente um estorvo.

Paul McCartney nunca gostou da produção de Phil Spector, acusando-o mesmo de ter assassinado "The Long And Winding Road".

Vai daí, foi aos arquivos e numa atitude estalinista apagou Phil Spector, substituindo-o pela produção primeira de George Martin.

O resultado é "Let It Be... Naked", de 2003.

BEATLES VERSUS ROLLING STONES (2)


É mítica a rivalidade entre Beatles e Rolling Stones nos anos 60. Mas só é mesmo mítica, não corresponde à realidade. Décadas mais tarde, os marketeiros aproveitaram este suposto sentimento para inventar - com a ajuda da Imprensa - um combate Oasis-Blur.

Os Rolling Stones devem aos Beatles o seu primeiro grande sucesso, "I Wanna Be Your Man", em 1963. Ainda hoje Mick Jagger reconhece isso.

Ao longo dos anos, é vasta a colaboração entre as duas agremiações e/ou entre os seus sócios, coisa impossível de acontecer caso fossem assim tão arqui-inimigas.

Foi aliás graças a George Harrison que os Rolling Stones conseguiram contrato discográfico com a Decca.

É também conhecida a cumplicidade e participação de Brian Jones em vários projectos dos Beatles: "You Know My Name (Look Up The Number)", "Yellow Submarine", "Strawberry Fields Forever", "Being For The Benefit Of Mr. Kite", "Within You Without You", "Good Morning, Good Morning", "Baby You're A Rich Man", "Flying" e "Blue Jay Way".

Há ainda Brian Jones em "Sea Breezes", de Mike McGear e Paul McCartney, em 1974.

Quando em 1967 Mick Jagger e Keith Richards tiveram problemas policiais e judiciais relacionados com a droga, os Beatles foram dos primeiros a solidarizarem-se, tendo subscrito o destemido editorial do "Times" e participado na gravação de "We Love You".

Ambos os grupos utilizaram o mesmo gráfico, Michael Cooper, para as capas de "Their Satanic" e "Sgt. Pepper". Nesta última há até um vibrante "Welcome the Rolling Stones".

Mick Jagger esteve em "All You Need Is Love", John Lennon em "Rock And Roll Circus".

O vocalista dos Rolling Stones acaba de editar "Too Many Cooks".

No famoso concerto dos Rolling Stones de homenagem a Brian Jones no Hyde Park, em Londres, em 1969, a câmara não ignorou Paul McCartney no meio da multidão.

É preciso mais?

Não resisto à tentação de citar "C'Era Un Ragazzo Che Come Me Amava I Beatles E I Rolling Stones", de Gianni Morandi, ou a sua versão brasileira dos Incríveis (e/ou Engenheiros do Hawaii), "Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles E Os Rolling Stones".

1966 (5)


Este viaduto, que até fica ao pé de minha casa, em Lisboa, entrou em funcionamento a 06 de Agosto de 1966. O "Diário Popular" chama-lhe o "célebre" viaduto da Luz.

É uma peça da "já movimentada" II Circular por cima da Estrada da Luz.

O viaduto entrou em funcionamento, mas continuaram os trabalhos de pavimentação de um largo troço da Estrada da Luz , queixando-se, no entanto, os moradores (até poderia ser um deles, já que sou um grande protestante - o Metro que o diga - mas não era, já que ainda não vivia nesta zona) da morosidade com que estão a ser realizados.

Desabafa o "Diário Popular": "ainda sem alcatrão, o referido pavimento, sob a acção do calor, liberta grande quantidade de poeira que vai afectar, naturalmente, os habitantes das casas próximas".

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

MR. FIVE FALOU COMIGO!


Mr. Five é um dos meus heróis anónimos da blogoesfera. Faz tempo que eu obedientemente aceito os downloads que oferece no seu exclente blog.

Só tenho pena que nos últimos tempos tenha refreado a sua animação.

Pois bem, a propósito dos Lionceaux, Mr. Five contactou-me, sugerindo que visitasse o seu blog. É claro que já respondi, mas não resisto a deixar aqui um público reconhecimento.

Já agora, e porque, de facto, gosto dos Lionceaux, aqui está o alinhamento deste CD:

- Tu N'As Pas Le Temps (Little Deuce Coupe - Beach Boys)
- Ton Nom (Peter Gunn - Henri Mancini)
- Un Autre Gars (Some Other Guy - Merseybeats)
- Attention!
- Le Temps Est Long (It Won't Be Long - Beatles)
- Je Te Veux Tout À Moi (I Wanna Be Your Man - Beatles)
- Mais Ne Viens Plus (Don't Bother Me - Beatles)
- Toi L'Ami (All My Loving - Beatles)
- Je Ne Peux L'Acheter (Can't Buy Me Love - Beatles)
- La Fille Qui Me Plait (Hippy Hippy Shake - Swinging Blue Jeans)
- Je Suis Fou (Ask Me Why - Beatles)
- La Nuit N'En Finit Plus (Needles And Pins - Searchers)
- Nadine Où Est-Tu? (Nadine - Chuck Berry)
- Dis-Moi Quel Est Ton Secret (Don't Stand In My Way - Sugar Ray)
- Quatre Garçons Dans Le Vent (A Hard Day's Night - Beatles)
- Cette Fille (This Boy - Beatles)
- Dis-Moi Pourquoi (Tell Me Why - Beatles)
- Le Jour, La Nuit, Le Jour (All Day And All Of The Night - Kinks)
- Le Vrai Google Eye (mesmo a propósito!)
- Mourir Un Peu (Gone Gone Gone - Everly Brothers)
- Ne Ris Pas (No Reply - Beatles)
- Tu Fais Fausse Route
- Hey Hey Bo Diddley (Hey Hey Good Looking - Chuck Berry)
- Passe Le Temps Sans Toi (Time Is On My Side - Rolling Stones)
- SLC Jerk
- Seul Loin De Toi
- Merci L'Amour
- Ne Fais Pas Tant De Ciné
- Mon Obsession Me Poursuit

Só podia gostar deles, né?

MICK JAGGER E JOHN LENNON

Foi finalmente editado oficialmente em CD - em "The Very Best Of", de Mick Jagger - a canção "Too Many Cooks" que o vocalista dos Rolling Stones e John Lennon, com outros músicos, gravaram num Domingo de copos em LA, em 1974.

Quem tinha as fitas da canção era a chinesa May Pang, companheira de Lennon no famoso "lost weekend" por instigação de Yoko Ono.

Mick Jagger agradeceu a May Pang a cedência das bobinas e recorda divertido que há mais de 30 anos que não falava com alguns dos músicos que participaram na gravação para lhes pedir autorização para a edição.

"Não estavam à espera que eu lhes telefonasse", disse.

"Too Many Cooks" foi gravado na Record Plant West durante a "Jim Keltner Fan Club Hour", com músicos como Harry Nilsson, Jesse Ed Davis, Danny Kortchmar, Bobby Keys, Trevor Lawrence, Jack Bruce, Al Kooper.

Faz parte das sessões de "Pussy Cats", de Harry Nilsson. Era para ter sido um single da Apple, mas dificuldades burocráticas e contratuais não o permitiram.

Atenção fãs dos Beatles: John Lennon é apenas o produtor do trecho, não participa propriamente nas gravações.

DO TEMPO DO VINIL - EDIÇÃO A 28 DE NOVEMBRO


Gostaria que os meus amigos visitassem o blogue Do Tempo Do Vinil.

Estão lá as últimas sobre as novas edições em CD dos GNR, Jorge Palma, Manuela Moura Guedes, Sheiks e Tantra, já que o blog é a fonte legítima.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O MEU PRIMEIRO


Tanto quanto me lembro, este é o meu primeiro livro sobre os Beatles, oferecido pela minha madrinha de baptismo no Natal de 1969.

É uma ilustração de canções dos Beatles da autoria de Alan Aldridge, um famoso designer, criador, por exemplo, do logotipo do Hard Rock Cafe e daqueles gigantescos menus (que já não existem e que era extremamente difíceis de gamar, mas não impossível).

Repararam bem no simbolismo desta edição? Por um lado, é um livro sobre os Beatles, a revolução em marcha, mas a edição é francesa, sinal dos tempos de então, de domínio da cultura gaulesa.

O PRIMEIRO DE UMA LONGA E ÚNICA SÉRIE


"Love Me Do - The Beatles' Progress", Michael Braun, Penguin Books, 1964, 142 págs.

Ainda os Beatles eram praticamente desconhecidos em Portugal e já os norte-americanos atiravam cá para fora, em 1964, este "Love Me Do".

É este, portanto, o primeiro livro jamais publicado sobre os "quatro de Liverpool".

É seu autor o jornalista Michael Braun que nos dá sobretudo conta da "beatlemania" nos Estados Unidos.

ROLLING STONES (6)



THE LAST TIME. HEART OF STONE. PLAY WITH FIRE. WHAT A SHAME EP. Decca SDE 7262 (Suécia, 1965)

Sendo os EPs suecos dos Stones, a par dos portugueses, dos mais procurados pela sua raridade, no caso deste, só o vi uma vez... e comprei-o! Na Minus Zero.

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Brasil)

Nota do bloguista: só tenho 5 EPs portugueses dos Stones: é bom ou mau?

ROLLING STONES (5)


TIME IS ON MY SIDE. TELL ME. CONGRATULATIONS. ROUTE 66 EP. Decca SDE 7260 (Suécia, 1965)

Raríssimo. Adquiri-o na Intoxica (Portobello Road, Londres), meca dos singles e EPs dos anos 60!

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Rio de Janeiro)

Nota do bloguista: ah! ah! foi na Intoxica, via net, que comprei o 1º EP francês dos Sheiks! Outra coisa: "Congratulations" é a canção que eu e os meus irmãos cantamos nos aniversários uns dos outros.

ROLLING STONES (4)


PROMOTIONAL ALBUM LP: London RSD-1 (EUA, 1969)

A jóia da coroa. Muitos consideram este disco o mais raro dos Rolling Stones... não sei... já o vi 3 vezes à venda, sempre em Londres. Vem acompanhado de um belíssimo poster e de uma carta da editora a explicar os propósitos da edição.

A história é a seguinte: os Stones achavam que os radialistas tocavam sempre as mesmas canções da banda e para resolver o problema compilaram eles próprios este disco, mandando prensar 200 cópias para os Estados Unidos (London) e outras 200 para Inglaterra (Decca).

Curiosidade: a versão de Love In Vain é diferente da conhecida (mistura). E atenção: não confundir com uma compilação australiana que apresenta a mesma capa, mas cuja contracapa é completamente diferente!

Não comprei este disco. Foi fruto de uma troca na Minus Zero com o meu amigo Bill Forsyth. Tinha acabado de comprar em Lisboa um Abbey Road inglês export (black/yellow Parlophone) pela escandalosa quantia de 5 euros (!), e em condição MINT.

Enfim, quando contei a façanha ao Bill, ele aliciou-me com um Promotional Album que estava reservado para a coleccionadora Courtney Love (ela mesmo!)... mas que ela ainda não havia sido informada... enfim, passei-lhe o diamante dos Beatles pelo Promotional, um Their Satanic Majesties Request 3 D, original japonês, e 500 libras em dinheiro.

É a minha história mais fantástica no submundo do vinil!!!!!

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Rio de Janeiro)

Nota do bloguista: não contes esta história muito alto! Foste levado! O disco dos Beatles vale mais de 2.000 libras!!!

ROLLING STONES (3)


IN ACTION LP: Decca 74307 Club Edition (Alemanha, 1966)

Raro, obviamente, mas não assim tanto para coleccionadores sérios. Um misto de Best Of da época com faixas obscuras como One More Try ou The Under Assistant West Coast Promotion Man.

Capa linda, não é? Comprei-o na Discolecção (Lisboa), nos seus tempos de Palladium.

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Rio de Janeiro)

Nota do bloguista: "The Under Assistant West Coast Promotion Man" é uma das (muitas) canções dos Stones com que o signatário mais delira!

ROLLING STONES (2)


BEAT BEAT BEAT LP 10'': Decca HI FI 60368 Club Edition (Alemanha 1965)

O único disco 10 polegadas dos Stones. Ultra-raro, mas não tão raro quanto o anterior. Rótulo marron diferente do habitual vermelho da Decca alemã. Som do outro mundo, e um alinhamento muito Blues/Rock'n'Roll com Around and Around, Carol, Confessin' The Blues, Not Fade Away... enfim, 5 clássicos de cada lado!

Comprei-o na Minus Zero em Londres (Crescent Road, transversal à PortobelloRoad). Era antecipadamente um dos objectivos principais da viagem!

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Rio de Janeiro)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ROLLING STONES (1)


AFTERMATH & OUT OF TIME LP: Decca 25066 Club Edition (Alemanha 1966)

Um dos discos mais raros dos Stones. Só o vi uma vez na vida, na Feira de Utrech. Felizmente, tive nesse momento dinheiro para o comprar... uma somatão obscena de alta que tenho vergonha de revelar!

Atenção: existem contrafacções deste disco, bem feitas, mas não perfeitas...

Como curiosidade, saliento o facto de o alinhamento das canções ser diferente do Aftermath original inglês. Em vez do habitual Mother's Little Helper surge The Spider And The Fly.

(Texto e Imagem de Pedro de Freitas Branco, directamente do Rio de Janeiro)

O EP DA MAÇÃ


Já estava à espera de perguntas sobre este disco. Eu quis sobretudo protagonizar a maçã de Magritte e esta imagem pareceu-me óptima.

Satisfazendo a curiosidade: este EP em forma de maçã foi a forma que a Apple encontrou em 1991 para promover a reedição em CD dos artistas da etiqueta dos Beatles.

É um EP de promoção (CD APPS 1) que não está à venda comercialmente.

Presumo que o seu alinhamento se leia sem dificuldade na imagem.

IÉ-IÉ NA PIDE

Na minha qualidade de pré-reformado - dono, portanto, do Tempo - calcei as tamanquinhas e toca de ir à Torre do Tombo ver o que a PIDE tinha contra mim nos anos 60.

O que eu me ri com o que a PIDE organizou!

Além de notas banais sobre pedidos de informação, pedidos de identidade, recolha de documentos como os programas das direcções da AAFDL (Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa) de que fiz parte, das eleições que ganhei a Marcelo Rebelo de Sousa no concurso a delegado de curso do 3º ano, etc, encontrei duas ou três coisas hilariantes.

Eis uma delas:

Em 1969 renovei o Bilhete de Identidade. Pois bem, a PIDE juntou a duas cópias desse pedido de renovação a seguinte nota:

"Em 7-5-969, tomou parte na concentração realizada nesta data na cantina da cidade universitária desta cidade, de que resultaram distúrbios e danificações na própria cantina e ainda a agressão a um Agente desta Polícia.

"Toda esta agitação subversiva foi ali desenvolvida por estudantes integrados no chamado movimento associativo de que tudo indica fazer parte".

A nota é assinada pelo famigerado agente Mortágua.

MAÇÃ NÃO APODRECE


Se fosse vivo, o artista gráfico belga René Magritte, autor da maçã dos Beatles (Le Jeu de Mourre), faria hoje 109 anos.

Foi Paul McCartney, fã do artista, que escolheu o símbolo que tem acompanhado os Beatles desde 1967.

The Apple aparece pela primeira vez na contra-capa de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

UM BILLY JOEL CHAVALO


Não sou especialmente fã de Billy Joel, mas uma das coisas que me dá gozo na música é ir à procura do desconhecido de conhecidos.

Foi assim que neste Verão dei conta deste best of dos Hassles, uma banda psicadélica norte-americana de meados dos anos 60 (1967) onde Billy Joel, então William Joel, militou na sua juventude.

O som da banda baseia-se no Hammond de Joel, dando-lhe aquele ambiente inimitável que fez as nossas delícias juvenis. Aliás, também não sabia que as mãos de Billy Joel estão em "Leader Of The Pack", das Shangri-Las. Já está na minha base de dados.

Ah! Estes Hassles têm uma versão bem esgalhada de "When I Get Home", dos Beatles, claro está.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

JE DIS CE QUE JE PENSE ET JE VIS COMME JE VEUX


MAGIC RECORDS - 5295412 - 2000

Contre-Elucubrations Problematiques (Antoine et les Problèmes) - Des Lendemains - Pop Jerk - Ce Monde Existe - Dodecaphonie - Je Ne Vois Rien - Ballade A Luis Rego, Prisonnier Politique - On S'Em Fou - Pas Adieu - S'Il Boude - Si C'Est La Nuit - Il Suffirait D'Un Rien - Passe Ton Chemin (Problèmes) - Je Dis Ce Que Je Pense Et Je Vis Comme Je Veux (Antoine et les Problèmes) - Je Dis N'Importe Quoi, Je Fais Tout Ce Qu'On Me Dit - Quand Je Pense À Toi - Psychose (Toujours) - Pas De Problèmes - Hey Max (Hey Joe) - Paulette, La Reine Des Paupiettes (Charlots)

O meu amigo Rato fala com enlevo de um EP de Antoine, "La Tramontane". Fiquei estupefacto! A minha dúvida relativamente à esta estupefacção tem a ver ou com a minha ignorância ou com a sobrevalorização que o Rato faz do disco.

Sou um grande fã de Antoine e nunca tinha visto ou ouvido tal disco. Nem encontro a canção nas duas ou três colectâneas que dele tenho.

Acho que já o disse aqui uma vez, "Pourquoi Ces Cannons" é um dos meus hinos!

"La Tramontane" vale mesmo a pena?

O CULPADO DE TUDO


É este pedacito de vinil que é o culpado de tudo, inclusivé deste blog.

A NOSSA SEREIA


Interessante e ousada esta capa da "Rádio & Televisão", em 1967, não é? Trata-se de Clara Rocha, 24 anos, actriz frustrada, por isso ausente.

Que será feito dela?

4ª ELIMINATÓRIA DO CONCURSO YÉ-YÉ


A quarta eliminatória do Concurso Yé-Yé realizou-se no dia 18 de Setembro de 1965, no Teatro Monumental, em Lisboa, tendo saído vencedores os Jets (na foto) com 36,5 pontos.

Participaram também os Monstros (Lisboa), Diabólicos (Lisboa), Feras (Elvas) e Flechas (Oliveira de Azeméis) que se classificaram pela ordem apresentada.

Com 5 anos de existência, os Jets só podiam ganhar a eliminatória, embora a formação vencedora tenha só um ano: Júlio Leitão Gomes, 17 anos, solista, Mário Jesus Augusto, 20 anos, viola-baixo, João Vidal Abreu, 20 anos, viola acompanhamento, João Alves da Costa, 17 anos, bateria, e Giuseppe Fiurellino, 21 anos, vocalista, italiano, na banda desde o inicío.

Todos estudantes, vestiram camisola de malha vermelha e blue-jeans. Cantaram "Again", "I Am Working", "I Can't Get No Satisfaction" e "I Need You".

Segundo relatos da época, os Jets foram o "delírio", especialmente o baterista, que "empolgou a jovem assistência". "Foram um espectáculo!".

Filho do mais velho jornalista desportivo do Mundo em actividade, Aurélio Márcio, João Alves da Costa é ele próprio um antigo jornalista desportivo ("A Bola"), mas presentemente mais ligado à investigação do basfond lisboeta.

O segundo lugar - com 28,5 pontos - foi para os Monstros (na verdade, os Chinchilas com outra designação), formados há apenas mês e meio e estreados precisamente no palco do Monumental.

Todos estudantes, eram Carlos Bastos, viola ritmo, o futuro fadista de "Hey Jude", Gilberto Guerreiro, viola baixo, Victor Mamede, bateria, José Maldonado, piano, e Filipe Mendes, o Jimi Hendrix português.

Vestiram camisolas verdes de gola alta e calças de cor escura.

"Sim, éramos nós, os Chinchilas, com outra designação. O que queríamos era participar", revela, 40 anos mais tarde, Vítor Mamede.

Os Diabólicos nem um ano de existência tinham. O júri, entre o qual se encontrava o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, homem da direita estudantil, deu-lhes 16,5 pontos.

Eram assim constituídos: Manuel Neves, 21 anos, viola ritmo e vocalista, militar, João Manuel Rodrigues, 27 anos, bateria, empregado de balcão, Fernando Faustino, 24 anos, guitarrista solista, militar, e Fernando Antunes, 25 anos, viola baixo, empregado de balcão.

Tencionavam estrear nova farda no Natal, mas no Monumental apresentaram-se com calças cinzentas e camisas de quadrados de várias cores.

De Elvas, vieram os Feras, formados há quatro meses com Isidro Moreira, bateria, João Esquetin, viola solo, Hermenegildo Correia, acordeão, Fernando Silva, vocalista, e Júlio Coelho, viola baixo.

Cantaram "Media Nubia", "Mira Como Bailo", "Anabella" e "Popotito". O júri só lhes deu 8 pontos.

Eis um relato: "vieram da cidade fronteiriça cheios de ilusões e vontade de vencer. A sua denominação de Feras é pretensiosa, mas está bem de acordo com a juventude dos componentes do conjunto. Dois deles t~em 15 anos, outros dois 17 e um 18 anos. Vestem camisa azul de sport e calças blue-jeans. Um detalhe curioso é usarem um cinturão largo de cor negra com uma fivela em forma de "F".

Finalmente, os Flexas, de Oliveira de Azeméis, não foram além dos 6 pontos. "Desde o início da sua actuação mostraram-se tratar-se de um conjunto bastante modesto; não há pois que põr em discussão a justiça dos 6 pontos que lhes foram atribuídos pelo júri".

Os Flexas constituíram-se há seis meses, sendo todos estudantes: Carlos Manuel, acordeão solo, Daniel Pintor, acordeão baixo, Carlos Martins, acordeão acompanhamento, e Ernesto Paiva, bateria.

Apresentaram-se de camisa de quadrados pequenos debruados com um tecido côr de rosa e calças brancas.

Para dizer a verdade, mais pareciam um conjunto típico (digo eu).

AFINAL NÃO HÁ SANGUE PORTUGUÊS


Devia haver um esquema qualquer que nos alertasse para os novos comentários que vão surgindo no blog. Se calhar há e eu - nabo como sou - é que o desconheço.

Vem isto a propósito de um comentário colocado por OF no passado dia 12 de Novembro e que só hoje vi e meramente por acaso.

E trata-se de um post importantíssimo. Dá-nos conhecimento do seu blog, uma ideia que há muito me persegue, mas que nunca consegui realizar. Estou satisfeito por OF a concretizar e - ainda por cima - extravazando a música que era só meu objectivo. (ver mais abaixo).

Como estas coisas são como as cerejas, sempre aprendi que Melanie tinha sangue português, dos Açores mais propriamente. Até o seu álbum "Madrugada" (que, a propósito, ainda não existe em CD) dá a entender isso.

Mas nunca tive qualquer certeza. Ainda não há muito lhe deixei essa interrogação no site oficial, mas sem qualquer resposta até agora.

Como quer que seja, não vamos todos ajudar o OF?

Afinal, estávamos todos errados!

Melanie já esclareceu este blogue que não tem qualquer ascendência portuguesa. O termo "madrugada" foi-lhe ensinado por uma avó italiana que viveu no Brasil.

Desfeito o mistério e o mito...